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Ciclismo

Ciclismo: Uma história de amor em família sobre duas rodas

© Henrique Porto (Agência Avante!)

© Henrique Porto (Agência Avante!)

O esporte de Jaraguá do Sul é repleto de belas histórias. Muitas são conhecidas e se propagam com o passar dos anos. Outras acabam esquecidas. Porém, algumas são tão intensas que, mesmo passando um tempo adormecidas, sempre voltam à tona. É o caso da bonita história que envolve o bicicross e a Família Gruetzmacher.

Em 1994, o garoto Ricardo Gruetzmacher, então com cinco anos, foi convidado por Valdir Moretti para competir sobre duas rodas. A modalidade caiu no gosto de Rica, que começou a treinar semanalmente na pista do Parque Malwee, sempre acompanhado de seu pai, Dorival, o popular Dori.

Com o tempo, a paixão do filho contagiou também o pai, que numa viagem à Várzea Paulista (SP), em 1998, se empolgou, deixando a posição de expectador e torcedor de lado. Adquiriu uma bicicleta e todos os equipamentos de segurança necessário para mergulhar fundo nas pistas, competindo. “Sempre acompanhava a equipe e pensei assim: puxa, eles estão correndo e eu não. Então, comecei a competir, aos 45 anos”, disse Dori.

A parceria entre pai e filho proporcionou uma convivência ímpar. Juntos viajaram pelo Brasil e a América do Sul competindo sobre duas rodas e reforçando o elo de amizade. Também reforçaram o senso crítico, já que um analisava o desempenho do outro, na busca constante pela conquista das primeiras colocações. “Através do bicicross ficamos muito amigos. Ele dizia da forma que eu andar saltar e, da mesma forma, eu com ele”, relembra Dori.

Porém, de forma abrupta e inesperada, a parceria se desfez. Rica teve complicações após um procedimento cirúrgico para a retirada do apêndice e acabou falecendo, aos 18 anos. Bastante abalado, Dori embalou e guardou as lembranças da bela história que escreveu junto com o filho. Assim, 285 troféus, 52 camisas e 62 medalhas ficaram ‘esquecidos’ durante cinco anos.

Com o coração cicatrizado, Dori tomou coragem e decidiu que era hora de fazer um tributo ao filho. Montou um pequeno memorial em uma sala alugada no edifício em que mora, onde recebe amigos para contar histórias e assim mantém viva a lembrança de Ricardo, ou Rica para os amigos.

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