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Futebol: Uma bela história de dedicação ao Juventus

© Iriane Porto (Agência Avante!)

© Iriane Porto (Agência Avante!)

Quem frequenta os bastidores do Grêmio Esportivo Juventus, certamente já se deparou com a simpática figura do ‘Seu’ Hilário Woehl, o roupeiro do clube. Ele, que aos 54 anos esbanja vitalidade, é o responsável pela limpeza, manutenção e organização dos uniformes, chuteiras, bolas e outros materiais utilizados pelo time em treinos e jogos.

Trabalho que desempenha há 36 anos, quando iniciou sua carreira no Joinville Esporte Clube e lá permaneceu por 19 anos. Após passou por América e Caxias, ambos em Joinville. Até que, em 2005, desembarcou no João Marcatto, onde permaneceu até 2009. Retornou ao Caxias e, em 2011, abraçou novamente o tricolor jaraguaense.

‘Seu’ Hilário recorda com alegria das pessoas que conheceu, das viagens e vitórias que presenciou. Confessa o amor pela profissão e o orgulho em ver a equipe entrando em campo, sabendo que contribuiu para isso. O homem de riso fácil tem fama de bronco, mas as únicas coisas capazes de tirá-lo do sério são a desordem e o desleixo com os materiais.

Morando no alojamento do clube, dedica-se 24 horas por dia ao zelo pelo patrimônio. É o primeiro que acorda e o último que vai dormir. Trabalha nos finais de semana e feriados, só se dando o direito de uma folga quando tem certeza que tudo está na mais perfeita ordem.

Segue o lema do ‘trabalho sempre em primeiro lugar’, fato este que o fez perder o enterro de seu Pai, em 2012, quando estava em Tubarão acompanhando o Juventus. “Estava muito triste, mas não demonstrei para ninguém. Desempenhei meu trabalho normalmente. A equipe não podia ser prejudicada por esse motivo”, relembra, com uma discreta lágrima brotando.

Dedicado à profissão, mantém uma rede de contatos com os roupeiros de todos os clubes do Estado. Dias antes de cada jogo, comunica-se com o profissional do clube adversário para combinar detalhes sobre as cores do uniformes e dos coletes dos reservas, para evitar confusões no momento da partida. Preocupa-se até com as cores dos Estádios, para utilizar uniformes que não se misturem com a paisagem.

Das histórias que carrega consigo, uma que faz muitos duvidarem é de quando ia até Joinville de bicicleta. Morava no alojamento e aproveitava as folgas para ver a família. Assim, uma vez por semana vencia em três horas de pedaladas a distância de 47 quilômetros para amenizar a saudade. Isso foi em 2005, mas ‘Seu’ Hilário diz que ainda hoje teria disposição para isso, porém sua esposa não permite mais, por medo de acidentes no percurso.

Sobre aposentadoria, ‘Seu’ Hilário sequer cogita a possibilidade e garante que enquanto tiver forças, estará nos bastidores zelando dos materiais e garantindo que os jogadores e a comissão técnica façam bonito nas apresentações.

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