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Futebol: Grêmio Esportivo Juventus, 48 anos de altos e baixos

© Arquivo Pessoal (Henrique Porto)

© Arquivo Pessoal (Henrique Porto)

O ano é 1966. A pacata Jaraguá do Sul, então com 25 mil habitantes, sequer dava mostras da potência industrial que se tornaria nos dias atuais. Porém, no Salão Cristo Rei, ao lado da Igreja Matriz São Sebastião, um grupo de jovens se reunia semanalmente, com o objetivo de confraternizar e espiritualizar.

Sob os ensinamentos do visionário Padre Elemar Scheid, esses jovens se tornaram líderes em vários segmentos da sociedade e foram essenciais na alavancada jaraguaense. Foi nesta época que a cidade passou a contar com uma Faculdade (hoje Católica SC), com os serviços do SESI e, como ninguém é de ferro, um grupinho se juntou para bater uma bolinha, criando o Grêmio Esportivo Juventus.

O apoio do Padre Elemar, um apaixonado por futebol, foi decisivo para que o Juventus deixasse de ser um clube recreativo para disputar competições oficiais. Os primeiros atletas de fora, como Arizinho e Paranaguá, moravam no sótão do salão e foram contratados para trabalhar na empresa Marcatto. Como contrapartida, defendiam as cores do clube, que inicialmente eram o vermelho, o branco e o preto.

O uniforme quadriculado, que havia se perdido na história, foi recuperado. Porém, as cores passaram a ser bordô, preto e branco, em homenagem ao Clube Atlético Juventus, de São Paulo (SP). Com relação ao nome, ele deriva do Grêmio da Juventude Católica, o grupo que originou o clube.

A década de ouro juventina foi vivida nos anos 90, quando o clube retornou ao futebol profissional e chegou a disputar o Campeonato Brasileiro da Série C, em duas ocasiões. Na melhor delas, em 1995, o Juventus chegou à terceira fase da competição, quando foi eliminado pelo Caxias (RS), no João Marcatto, com um gol de Washington, que depois se tornaria o ‘Coração Valente’.

De lá para cá, o clube viveu uma verdadeira gangorra, chegando a ficar inativo por alguns anos. O último momento de alegria do torcedor foi no acesso à elite do futebol catarinense, em 2012, quando Pingo montou um time que foi o melhor da competição em todos os critérios.

O Juventus detém duas das maiores invencibilidades dentro das competições oficiais do futebol catarinense. Em 2004, pela Terceira Divisão, ficou 23 partidas sem perder um jogo sequer, entre os dias 30 de maio (data da derrota por 2 a 1 para o Carlos Renaux) e 9 de outubro (data da derrota para o Operários Mafrenses), totalizando 130 dias sem derrotas. Foram 14 vitórias e 9 empates.

Já em 2011, o tricolor jaraguaenses passou 674 minutos sem sofrer gols na Segundona do Campeonato Catarinense. Dividido em jogos, isso daria em torno de 7,4 partidas sem ver os adversários balançarem as redes.

Rebaixado à Segunda Divisão, agora o sonho da sua torcida é recuperar o orgulho perdido, comemorando o cinquentenário do tricolor jaraguaense de volta na elite do futebol de Santa Catarina.

[Conteúdo originalmente produzido para o cliente O Correio do Povo]

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