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Futebol: Dez anos da maior conquista da história do Juventus

© GE Juventus (Divulgação)

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Muita gente ainda pergunta o que significa aquela estrela acima do escudo do Grêmio Esportivo Juventus. Trata-se de uma referência ao único título de Campeonato Catarinense conquistado pelo clube, feito que completou dez anos no último dia 5 de dezembro.

Montada em apenas quinze dias, mas moldada no decorrer de toda a competição, a equipe comandada pelo ‘Chefe’ Itamar Schulle fez história no futebol barriga verde ao passar 23 jogos sem conhecer o sabor de uma derrota. Acredita-se que este seja o recorde de invencibilidade em Santa Catarina, totalizando 130 dias.

A competição em questão era a extinta Série B1, que até hoje se discute se seria equivalente a Segunda ou a Terceira Divisão do Estadual. No nosso entendimento, uma terceira, já que o tricolor teve que cumprir um outro estágio antes de retornar à elite.

O início foi corrido, com um árduo trabalho da comissão técnica e da diretoria, não só para montar o time. Itamar Schulle (técnico) e Carlos Alberto Bedin, o Gamarra (então preparador de goleiros), por exemplo, chegaram a faxinar Estádio João Marcatto, onde praticamente ‘moravam’, ficando reunidos madrugada adentro discutindo contratações e melhorias.

“Foi gratificante. O Juventus estava parado há muito tempo. Então vieram os jogadores do Apucarana e do Nacional para formar o time comandado pelo Itamar. E começamos do zero. O estádio estava abandonado, mas a gente confiava”, lembrou o zagueiro Acássio.

A estreia, no dia 25 de abril de 2004, atraiu mais de dois mil torcedores ao estádio juventino. E eles assistiram a um retorno triunfal. Uma vitória por 6 a 0 sobre Internacional, de Lages, com dois gols do polivalente Pereira. “Logo na primeira partida goleamos o Internacional, com apenas quinze dias de trabalho. Depois daquilo a equipe engrenou e ficamos três meses e vinte dias sem perder”, recordou Acássio. Neste período, o Juventus acumulou catorze vitórias e nove empates.

A decisão, no dia 5 de dezembro de 2004, no Estádio João Marcatto tomado por cinco mil torcedores, envolveu Juventus e Brusque. As equipes já haviam decidido o turno e o returno da competição, com uma conquista para cada lado. Aquele foi o 38º jogo do ‘Moleque Travesso’ na B1 e fechou sua grande campanha com uma vitória por 4 a 2, com gols de Marcelo França (10’/1º e 46’/2º), Ivan (34’/2º) e Itaqui (26’/2º).

Na hora de erguer o troféu, uma surpresa. O capitão da equipe era Leandro, um volante clássico, que estava suspenso. Quis o destino que o dono da braçadeira na decisão fosse o zagueiro Acássio. Foram as suas mãos que levantaram a taça, eternizando o seu nome na história do clube e do esporte de Jaraguá do Sul.

“A partir dali o torcedor voltou a acreditar e aquela alavancada foi o momento de glória do Juventus aonde, pelo menos até o ano de 2007, o time era respeitado e difícil de ser batido no João Marcatto”, concluiu o zagueiro, que se aposentou neste ano também no Juventus, clube onde criou uma forte identidade.

© GE Juventus (Divulgação)

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TURNO


Time Base: Val (Felipe); Acássio, Alex e Cris; Pereira, Kullmann, Leandro, Tiganá (Grisley) e Itaqui; Ivan e Marcelo França (Gringo). Técnico: Itamar Schulle

Juventus 6×0 Internacional
Gols: Pereira (2x), Acássio, Gaúcho, Grisley e Preto (Juventus)

Operário Mafrenses 1×0 Juventus
Gols: Pedro Ivo (Operário)

Juventus 2×1 Canoinhas
Gols: Preto e Gringo (Juventus); Ailton (Canoinhas)

Blumenau 2×1 Juventus
Gols: Fabinho e Augusto (Blumenau); Grisley (Juventus)

Carlos Renaux 2×1 Juventus
Gols: Wallace e Edegar (Carlos Renaux); Acássio (Juventus)

Juventus 1×0 Fraiburgo
Gol: Leandro (Juventus)

Juventus 1×0 Brusque
Gol: Pereira (Juventus)

Figueirense B 0x1 Juventus
Gol: Giovane Fleck (Juventus)

Camboriuense 1×1 Juventus
Gols: Clebson (Camboriuense); Paulo Sérgio (Juventus)

Juventus 5×0 Real Sport
Gols: Pereira (2x), Giovane Fleck, Ivan e Marcelo França (Juventus)

Concórdia 1×1 Juventus
Gols: Gilnei (Concórdia); Itaqui (Juventus)

Concórdia 0x0 Juventus – Quartas de Final
Gols: -x-

Juventus 1×0 Concórdia – Quartas de Final
Gol: Itaqui (Juventus)

Blumenau 1×2 Juventus – Semifinal
Gols: Pereira e Itaqui (Juventus); Luis Antonio (Blumenau)

Juventus 3×1 Blumenau – Semifinal
Gols: Acássio, Ivan e Itaqui (Juventus); Cláudio (Blumenau)

Juventus 3×1 Brusque – Final
Gols: Itaqui, Ivan e Marcelo França (Juventus); e Rafael (Brusque)

Brusque 1×1 Juventus – Final
Gols: Cris (Juventus) e Adriano (Brusque)

RETURNO


Time Base: Adilson; Pereira; Acássio, Cris e Itaqui; Sérgio (Kullmann), Leandro, Gringo e Giovane Fleck; Ivan e Marcelo França. Técnico: Itamar Schulle

Internacional 1×1 Juventus
Gols: Gringo (Juventus); Alano (Internacional)

Juventus 2×1 Operário Mafrenses
Gols: Cris (2x, Juventus); Wellignton (Operário)

Canoinhas 0x0 Juventus
Gols: -x-

Juventus 1×1 Blumenau
Gols: Edivaldo (Juventus); Cláudio (Blumenau)

Fraiburgo 1×1 Juventus
Gols: Leandro (Juventus); Vilson (Fraiburgo)

Juventus 2×0 Carlos Renaux
Gols: Cris (2x, Juventus)

Brusque 0x2 Juventus
Gols: Giovane Fleck e Gringo (Juventus)

Juventus 3×0 Figueirense
Gols: Itaqui, Marcelo França e Sérgio (Juventus)

Juventus 2×2 Camboriuense
Gols: Marcelo França (2x, Juventus); Vavá e Mona (Camboriuense)

Real 0x2 Juventus
Gols: Marcelo França e Paulo Sérgio (Juventus)

Juventus 2×1 Concórdia
Gols: Machado (Concórdia); Giovane Fleck e Marcelo França (Juventus)

Operário 3×0 Juventus – Quartas de Final
Gols: John Daniel (2x) e Chipo

Juventus 2×1 Operário (1×1 na prorrogação) – Quartas de Final
Gols: Edvaldo e Ivan (Juventus); John Daniel (Operário)
Prorrogação: Itaqui (Juventus); Chipo (Operário)

Figueirense B 1×0 Juventus – Semifinal
Gol: Rodriguinho (Figueirense)

Juventus 2×1 Figueirense B (2×0 na prorrogação) – Semifinal
Gols: Marcelo França e Ivan (Juventus); Rodriguinho (Figueirense)
Prorrogação: Marcelo França e Itaqui (Juventus)

Brusque 4×0 Juventus – Final
Gols: Macedo (3x) e Thiago (Brusque)

Juventus 2×0 Brusque (0x2 na prorrogação) – Final
Gols: Marcelo França e Itaqui (Juventus)
Prorrogação: Thiago e Léo (Brusque)

FINAIS


Time Base: Adilson; Acássio, Cris, Alex; Pereira, Sérgio, Gringo, Geovane Fleck e Itaqui; Marcelo França e Ivan. Técnico: Itamar Schulle

Figueirense B 2×1 Juventus – Semifinal
Gols: Oliveira e Evandro (Figueirense); Pereira (Juventus)

Juventus 2×1 Figueirense B (1×0 na prorrogação) – Semifinal
Gols: Cris e Sérgio (Juventus); Rodriguinho (Figueirense)
Prorrogação: Itaqui (Juventus)

Brusque 1×1 Juventus – Final
Gols: Macedo (Brusque) e Marcelo França (Juventus)

Juventus 4×2 Brusque – Final
Gols: Marcelo França (2x), Ivan e Itaqui (Juventus). Dú e Miguel (Brusque)

© GE Juventus (Divulgação)

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ATLETAS QUE MAIS ATUARAM

Acássio [Acassio Aparecido Rocha] – Titular desde a primeira partida, fez belas atuações, gols e foi um dos ídolos da torcida. Foi o jogador que mais vestiu a camisa do Juventus em toda a temporada, em 35 jogos de titularidade e liderança absoluta.

Adilson [Adilson Toesca Pagno] – O goleiro Adilson chegou no Juventus emprestado pelo Lages no final do primeiro turno. Começou revezando com Val e acabou conquistando a vaga de titular. Com ótimas defesas, o goleiro se firmou na posição.

Alex [Alex Guimarães Santos] – Grande zagueiro. Foi destaque na defesa. Quando Itamar jogou no 3-5-2, lá estava Alex, seguro, como líbero da equipe.

Cris [Cristiano A. Pereira] – Forte e implacável na marcação, conquistou a torcida com a raça demonstrada e pelos belos gols que marcou.

Fábio Lopes [José Fábio Lopes] – Um dos homens de confiança de Itamar Schüller, foi capitão da equipe nas finais do primeiro turno. Pena que uma contusão o deixou fora do returno inteiro. Ótimo senso de marcação, foi destaque em desarmes.

Giovane Fleck [Giovane Fleck Pereira] – Foi o cérebro da. Começou apagado, mas no segundo turno brilhou. Lançamentos e cruzamentos precisos foram as armas do habilidoso camisa 10.

Gringo [Cleodinir de Souza] – Emprestado pelo Figueirense, foi o jogador mais novo a ser titular do Juventus. Autor de um dos mais belos gols no João Marcatto, foi titular absoluto e coringa de Itamar Schüller.

Grisley [Grisley Muniz] – Então com 19 anos, o meia–atacante teve ótimas atuações no início da competição. Rápido e habilidoso, quando entrava nas partidas incendeiava o jogo. Foi o 12º jogador de Itamar Schüller.

Itaqui [Claudiomiro Ribeiro Ferreira] – Talvez um dos maiores ídolos que o tricolor já teve. Dono de uma habilidade e visão de jogo incríveis, foi o vice-artilheiro da equipe na temporada.

Ivan [Jozivan Alves da Silva] – Rápido, habilidoso, um jogador de explosão. Veloz, fez ótimas assistências e ainda fez belos gols.

Kulmann [Ademir Scheibel] – De ídolo no primeiro turno, a reserva no segundo, mesmo assim foi importante para a equipe nos jogos decisivos. Implacável na marcação, era daqueles volantes que não perdiam a viagem.

Leandro [Leandro Francisco Voelz] – Excelente jogador, atleta e pessoa. Toda a equipe deveria ter um jogador como Leandro. Jogou 35 partidas pelo tricolor, foi capitão da equipe e ganhou respeito de todos os torcedores. Então com apenas 24 anos, Leandro foi o líder da equipe.

Marcelo França [Marcelo de Souza França] – Matador! Quando o time precisava dele, lá estava o jogador dentro da área para marcar os gols. Foi o artilheiro do acesso. Teve uma incrível média de gols no tricolor: 14 em 17 jogos.

Paulo Sérgio [Paulo Sérgio Ribeiro de Souza] – Criticado depois de uma expulsão na final do segundo turno, soube erguer a cabeça, escutar as críticas e ser de extrema importância na primeira partida da final do campeonato. Entrou, mudou o jeito de jogar da equipe e se tornou um dos melhores em campo.

Pereira [José Pereira da Silva] – Marcou mais do que apoiou. Fez gols importantes e foi um dos artilheiros da equipe. Jogador sério, que não brincava em serviço.

Sérgio [Sérgio Grach] – Chegou ‘quieto’ do Atlético de Ibirama no final do primeiro turno. Então com 20 anos, barrou o ídolo da torcida Kulmann, assumiu a titularidade absoluta e foi destaque com a camisa 5 do Tricolor.

Tiganá [Volcimar Silva de Lima] – Ligeiro, mas sabia prender a bola quando precisava, foi importante nos jogos em que atuou.

Val [Dorival da Silva] – Melhor goleiro do primeiro turno do campeonato, no segundo turno foi para o banco de reservas. Talvez, não merecesse a reserva, mas, o Juventus tinha os dois melhores goleiros da competição e só um poderia atuar.

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