
Agora é oficial: Franklin não faz mais parte do Jaraguá Futsal. Após iniciar a temporada como principal contratação, sofrer posteriormente uma séria lesão no ombro que o afastou das quadras e assumir a gestão do clube, no mês de agosto, com o intuito de manter o projeto ativo até o fim do ano, o goleiro e ídolo da torcida aurinegra confirmou, ontem, sua saída da equipe, deixando as funções tanto dentro como fora das quatro linhas.
Contratado no início de janeiro para ser um dos líderes do elenco em 2016, Franklin conquistou a Copa dos Campeões sobre o Carlos Barbosa, sendo decisivo nos pênaltis ao defender uma cobrança e levando o time ao título da competição. Logo depois, em virtude de uma contusão no ligamento do ombro direito, o jogador de 44 anos teve que se afastar das quadras. Mas nem por isso, deixou de ser peça fundamental na sequência do projeto. Após a crise estourar no clube, principalmente na parte financeira com o atraso de salário dos atletas e demais fornecedores, Franklin assumiu a gestão do Jaraguá ao lado do preparador físico Mauro Sandri e do diretor Assirio Ranthum, no dia 4 de agosto, finalizando as campanhas na Liga Nacional e Campeonato Catarinense, antes colocadas em cheque.
Com o término do contrato com o aurinegro e o retorno da antiga diretoria presidida por Gerson Postai, o goleiro decidiu encerrar a sua terceira passagem pelo clube. “Eu não faço mais parte do Jaraguá. Enquanto estava em um seminário na última semana em São Paulo, o Gerson se reuniu com alguns membros da direção, inclusive com o Mauro como um dos nossos representantes, mas sem nada muito concreto e mantendo a mesma postura. Tudo na vida tem início, meio e fim. Tentei de todas as formas ajudar o nosso futsal e posso dizer que não vejo uma luz no fim do túnel, até porque a direção que estava permanece””, disse.
Confira os trechos da entrevista:
Atual situação do clube
“A situação do clube está praticamente a mesma das últimas semanas. Acertamos com a Progressul e estávamos correndo atrás de novos patrocínios para viabilizar o projeto, mesmo não tendo essa obrigação. Mas nos sentimos sensibilizados com tudo que aconteceu e lutamos até o momento por compaixão aos atletas e comissão técnica, que passaram muitas dificuldades”
Avaliação do comando
“Falei para o Mauro que fizemos o certo em assumir o clube, porque queríamos dar um fôlego a mais para que o projeto não parasse no meio do ano. Esse fôlego foi dado, independente se conseguimos mais patrocinadores ou não. Então não me arrependo em momento algum de ter saído de dentro do vestiário para o lado de fora. Tivemos várias complicações com a diretoria que estava à frente, pois interpretaram que eu estava dizendo que eles eram imcopetentes. Mas não era isso. Naquele momento era bom para os dois lados e vejo que foi satisfatório ter passado por todo esse processo”
Principais feitos
“Conseguimos adiar a decisão junto ao presidente da Liga Nacional sobre a nossa participação no campeonato do ano que vem. Isso foi um caso raro e aceitaram pela nossa credibilidade. Outro ponto para tentar acabar com o grande débito do clube foi através de um projeto junto ao Governo Federal que estava parado. Conseguimos viabilizar de forma rápida e entregamos o projeto que é de R$ 850 mil, que auxilia nos custos do clube, exceto em salários e alugueis. Este projeto já passou da fase de análise, foi aprovado e agora está em fase final. Então teve fatos muito bons e que valeram a pena lutar, senão estaríamos de fora da Liga e sem este projeto, fora as ajudas que conseguimos com várias pessoas da cidade”
Patrocinadores
“A situação dos patrocinadores fica com uma situação delicada. No caso da Progressul (nova patrocinadora), falei para o Fernando (proprietário) que continuaria no clube com a viabilização do projeto. É obvio que hoje a divida é grande (cerca de R$800 mil), mas nada que não pudesse ser sanado, ainda mais com projetos e novos patrocinadores. A própria Fakini (patrocinador máster) tinha apalavrado sua permanência para 2017, mas gostaria de mais um junto com ela para dividir responsabilidades, que infelizmente não veio neste mesmo patamar. As outras empresas como B.Lotti, Claw e Leoni Metalúrgica não sabemos se estarão no ano que vem”
Diretoria
“Não tenho nada contra o Gerson Postai. Eu sou contra a postura de formar uma equipe pautada em algo que não tem. Não posso vincular meu nome a eles. Eu tenho minha postura pessoal e profissional, e prezo muito isso. Eu jamais vou colocar algo que eu não posso cumprir. Por essa questão, cheguei a esse ponto de sair. Não que eu seja maior que eles, mas minha postura é uma e deles é outra. Então prefiro sair”
Último recado
“Fico triste por chegar a este ponto. Gostaria de falar para o torcedor que vamos para 2017 e estaríamos na gestão do futsal de Jaraguá do Sul, mas realmente cheguei no limite. Vou estar orando muito para que dê tudo certo com o clube, mesmo eu não fazendo mais parte. Torço para que a diretoria faça com que o Jaraguá continue, porém, façam com muita transparência, dignidade e caráter. Agradeço todos que ajudaram o Jaraguá Futsal neste período e pedir perdão por não conseguirmos salvar o projeto. Quero agradecer também a todos os torcedores que abraçaram a causa e compareceram nos jogos, porque eles fazem parte diretamente da equipe como se fosse um membro da direção ou um atleta”
