O Jaraguá Futsal seguirá em atividade na temporada 2017. A informação foi confirmada pelo presidente Gerson Postai, em entrevista exclusiva ao portal Avante! Esportes e jornal O Correio do Povo, na tarde desta terça-feira (20). Após uma temporada turbulenta fora das quatro linhas, principalmente na parte financeira com o atraso de salários e indefinições quanto ao futuro do projeto, o mandatário afirmou que a equipe seguirá competindo no ano que vem.
Uma reunião realizada na manhã de hoje, que contou com os atuais membros da diretoria, apoiadores e jogadores definiram o rumo do aurinegro na próxima temporada. Ainda não se sabe qual será o investimento para montagem do elenco, mas segundo Postai, o objetivo é trabalhar com os pés no chão e seguir a risca o orçamento, para que os erros de 2016 não sejam repetidos, em 2017.
Após Franklin anunciar a saída da gestão do clube, o presidente em exercício Gerson Postai destacou a junção de forças com o próprio goleiro e demais dirigentes para a sequência do projeto. “Montamos um grupo que quer o bem do futsal. Mostramos os projetos para o Franklin e vendo a nossa proposta, ele disse que está disposto a ajudar no que for possível. Se não unirmos forças, o projeto não anda. Todos estão lá, porque amam o futsal”, disse.
Confira a entrevista completa:
– Todo torcedor quer saber: o Jaraguá Futsal terá time em 2017?
Gerson Postai: “Hoje (terça-feira) pela manhã estiveram reunidos alguns membros da atual diretoria, juntamente com o Franklin, Mauro Sandri e dois atletas (goleiro Tatá e ala Marcio). Planejamos 2017 todos nós juntos, somando ideias e propostas para que a gente consiga tocar o projeto. Então dá para confirmar que teremos time em 2017. Não sabemos a proporção e a qualidade deste grupo, mas teremos sim”
– Como você avalia a temporada 2016?
“As dificuldades foram imensas e foi um ano terrível. Fui um cara teimoso, quando ouvi para não fazer o time e acabei fazendo. Dentro de quadra ganhamos a Supercopa, fomos vice da Libertadores e tivemos boas participações no Estadual e Liga, mas fora tivemos muitos problemas financeiros. Só tenho que agradecer a todos que mantiveram a equipe até o fim do ano, com muita determinação”
– Como foi ter ficado de fora nos últimos cinco meses e ver outras pessoas gerindo o clube?
“De uma certa maneira foi bom. Para reconhecer o problema você não pode estar dentro dele e sim fora. O crescimento e tudo que foi feito hoje para 2017 vamos fazer com mais experiência, pé no chão e cautela. Esses meses fora deu pra ver tudo que foi feito de errado. Todos que estão lá dentro acabam cometendo erros. Então este período foi excelente para mim. Pude criar outros horizontes e espero conseguir trazer um alento como um patrocinador ou algo que possa vir a dar uma vida nova ao futsal”
– Quais são os principais projetos da diretoria e como vocês pretendem sanar as dívidas?
“Vamos mudar algumas coisas. A gestão financeira vai ser passada para uma contabilidade e ninguém mais do clube se envolve nisto. Uma vez por mês nos reuniremos, junto com os conselheiros que serão apresentados por cada patrocinador, e essas contas só serão pagas se passar pelo conselho. Queremos ser o mais transparente possível. Outra prioridade é pagar as dividas com os atletas. A Fakini (patrocinadora máster) deve permanecer e o valor vai ficar para o pagamento dos atrasados. O que vier a mais montaremos o time para ajudar a equilibrar as contas. Tem ainda o projeto que está andando junto ao Ministério do Esportes e estamos adequando alguns documentos para que ele saia e venha nos auxiliar em vários custos na temporada. Temos planejado também um jantar por adesão no dia 8 de fevereiro, onde vamos cobrar um valor considerável e com apoio de empresários para que possamos mostrar a realidade do futsal e arrecadar fundos para começar a colocar tudo em ordem. As dividas são administráveis e não vamos deixar de pagar ninguém”
– O Franklin saiu da gestão por não concordar com a postura de alguns membros da diretoria. Qual sua relação e como foram as conversas com ele?
“Montamos um grupo que quer o bem do futsal. Mostramos os projetos para o Franklin e vendo a nossa proposta, ele disse que está disposto a ajudar no que for possível. Se não unirmos forças, o projeto não anda. Todos estão lá, porque amam o futsal. Houve divergências na reunião, mas é por um bem comum. Levar o nosso Jaraguá adiante é o que queremos no momento”
– Os patrocinadores de 2016 permanecem? E como está a procura por novos apoiadores?
“Temos Fakini acertado e a Progressul que o Franklin negociou. A B.lotti, Claw e os outros apoiadores vamos sentar e conversar ainda sobre uma renovação. Estamos conversando com várias empresas e este é um período complicado para fechar alguma coisa. Temos negociações adiantadas e todos estão somando forças para conseguir novos patrocinadores e dar um folego no caixa”
– A diretoria sofrerá mudanças para o ano que vem?
“Permanece todo mundo que está no papel, até em virtude dos projetos. Vamos manter todos, a única alteração é quanto a gestão financeira. O Osni (diretor financeiro) sai e vamos colocar outra pessoa só para assinar, juntamente comigo. Vamos encaixar alguém indicado por um patrocinador ou alguém que tenha interesse em assumir esta parte. O resto fica até o fim do mandato que é até dezembro de 2017”
– Mesmo sem um orçamento definido, qual perfil de atletas que vocês procuram para montagem do elenco?
“O perfil que procuramos no momento é de atletas que residem em Jaraguá do Sul, porque quem mora aqui a despesa é menor. Temos bons jogadores na base e vamos trabalhar com isso também”
– Qual recado você pode deixar aos torcedores?
“Vamos precisar muito do torcedor. Queremos fazer um plano de sócio bem viável, porque o calor humano da torcida dentro da Arena dá um gás para o nosso time e amedronta os adversários. Então vamos continuar precisando muito do apoio de todos. Todos nós erramos este ano e, a partir de agora, queremos consertar esse erros e buscar o bem para o nosso Jaraguá Futsal”
