Foram quase 90h para percorrer 1.200km em cima de uma bicicleta. Um desafio para poucos, mas concluído com sucesso por um jaraguaense, na França.
Após iniciar o percurso no domingo (18), Rodrigo Hacke, de 31 anos, completou o tradicional Paris-Brest-Paris (PBP), evento de ciclismo de estrada com regularidade mais antigo do mundo, na manhã de quinta-feira (22).
Com prazo máximo de 90h, o ciclista de Jaraguá do Sul fechou a prova em 88h41min18seg, exatamente às 7h12 (horário de Brasília) e 12h12 (horário de Paris).
Jaraguaense com a medalha do evento | Foto: Divulgação
Como não havia pódio no circuito organizado a cada quatro anos pelo Audax Clube Parisien, o principal objetivo de Hacke consistia na superação pessoal. E foi justamente esse ponto que o jaraguaense mais precisou para finalizar o PBP.
A meta inicial era findar a jornada entre 75h e 80h. Porém, a grande quantidade de morros e a variação do clima, atingindo 40 graus durante o dia e chegando a 5 e 10 graus à noite foram alguns dos obstáculos no caminho.
“Não imaginava um grau tão alto de dificuldade. Foram subidas e descidas a todo momento, que castigou bastante. Outro ponto foi o clima. O frio na França é muito diferente no Brasil. Tive que colocar roupas mais quentes, porque o frio é muito intenso, o que dificultou na hora de pedalar”, conta.
O cansaço também pesou, mas para superar as adversidades, Hacke contou com uma ajuda extra para não fazê-lo desistir. Segundo ele, os moradores entre as cidades de Paris e Brest aguardavam com barracas em frente as casas para fornecer água e comida, além de um incentivo com aplausos a todos os ciclistas que passavam pela rota.
“As pessoas têm um grande respeito pelos ciclistas na Europa. No primeiro dia fiquei 25h acordado e pedalei 488km. Então essa troca com o público foi muito bacana e essa energia que a prova proporcionou absorveu bastante o desgaste físico e mental”, comentou.
Foto: Divulgação
Para participar do Paris-Brest-Paris, o jaraguaense precisou concluir quatro provas do Audax no Brasil, compostas por 200km, 300km, 400km e 600km.
Agora, o consultor seguirá preparação para chegar a condecoração Randonneus 10000, uma recompensa da organização aos atletas que percorrem distâncias de 10 mil quilômetros, que tinha o PBP com um dos seus pré-requisitos.
“O sentimento é de dever cumprido. Passa um filme na cabeça de todas as dificuldades, porque não é para qualquer um. Eu quase caí em exaustão, mas consegui superar todos os meus limites. Ainda não caiu a ficha, mas falta pouco para o Randonneus 10000”, finalizou.
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