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Ciclismo

Morador de Schroeder pedala mais de 9 mil km e passa por sete países da América do Sul

Passar mais de um ano pedalando sozinho do Brasil à Patagônia, do Sul da Argentina até o Peru. A missão parece bem complicada, mas foi exatamente isso encarado por um morador de Schroeder.

Mesmo sem experiência em grandes travessias, Robson Nishikawa de Souza, de 30 anos, ficou de 24 de julho de 2018 até 30 de dezembro do ano passado sobre a magrela para conhecer sete países da América do Sul.

No total, foram 9.530km percorridos, do Brasil para Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia, Colômbia e Peru, completando a chamada cicloviagem, que já conta com muitos adeptos no país que sonham em conhecer novos lugares e buscam uma vida autossuficiente.

Schroedense no Monumento das bandeiras, em Salar de Uyuni, na Bolívia | Foto: Divulgação

Tudo começou com o desejo de Robson em se aventurar pela América do Sul e conhecer lugares históricos como a Patagônia e deserto do Atacama, por exemplo, que o acompanhava desde a infância.

As incertezas diante de um desafio gigantesco sempre estiveram presentes, porém, os meses de planejamento falaram mais alto, a ponto de decidir renunciar sua rotina habitual para embarcar na aventura.

Mas não no conforto de um carro ou moto. A paixão pela bicicleta o fez escolher por uma cicloviagem para poder desfrutar de cada país com total liberdade.

Machu Picchu – Peru | Foto: Divulgação

Com apenas equipamentos essenciais no bagageiro da bike, como roupas, barraca e comidas, o representante comercial até passou por momentos difíceis e inusitados.

No entanto, tudo valeu a pena após realizar o sonho de conhecer inúmeros lugares e culturas no continente.

“Para a maioria de nós, quanto mais vivenciamos diferentes culturas, mais aprendemos sobre empatia e relacionamento. Foram momentos mágicos que vivenciei e hoje só tenho a agradecer a todos os amigos e familiares que de alguma forma apoiou e acreditou nessa loucura”, destacou.

Com a primeira cicloviagem concluída, o schroedense já faz planos para uma nova aventura. Ainda não há previsão até por conta da pandemia do novo coronavírus que assola o mundo, mas Robson gostaria de pedalar pela Europa e Sul da Ásia.

“Quem sabe com algum patrocínio, se concretize uma nova cicloviagem Esse é outro grande sonho que eu tenho”, finalizou.

Dificuldades e ‘bicos’

Viajar de bike por sete países e percorrer mais de 9 mil km exigiu uma grande preparação. Além das pedaladas diárias, Robson precisou se desfazer do carro pessoal e de alguns móveis para cumprir o projeto.

Afinal, a alimentação foi um dos seus principais gastos, já que fez questão de comer corretamente, de forma nutritiva e experimentando a culinária de cada país.

Para descansar à noite, procurou lugares seguros disponíveis por meio de aplicativos de hospedagem solidária e gratuita, como Coachsurfing e Warmshower, além de acampamentos, casa de ciclistas, igrejas, casas de amigos e pessoas que o convidavam pelo caminho.

Deserto do Atacama – Chile | Foto: Divulgação

Mas engana-se quem pensa que o schroedense ficou somente passeando durante todo esse tempo.

Robson também voltou à carga de trabalho ao assumir diferentes funções em três restaurantes, além de participar de um retiro de meditação Vipassana (treinamento para focar a mente e condicioná-la a não reagir) e ter a oportunidade de consagrar medicina indígena no Peru.

“Fui aprendendo ao longo da viagem com cada pessoa que conheci, participava como voluntário em várias comunidades auto sustentáveis que trabalhavam a partir da permacultura em troca de hospedagem e alimentação”, contou.

Glaciar Perito Moreno – Argentina | Foto: Divulgação

Sobre o trajeto entre os sete países, ele ressaltou diversas dificuldades, que foram das tempestades na serra catarinense e litoral gaúcho, passando por fortes ventos nas Patagônias argentina e chilena até as altas altitudes na Bolívia.

“Cheguei a exaustão e pensei em desistir em alguns momentos, mas estava no meio do nada e só me restava seguir em frente”, declarou.

As adversidades, porém, não foram capazes de parar Robson que deixou a missão com sentimento de dever cumprido.

“Sempre soube que era possível, sentia tamanha adrenalina antes mesmo de partir. O objetivo foi mais que alcançado, superou todas minhas expectativas”, afirmou.

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