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Futebol

Da vaga à elite a semifinal: veja a linha do tempo do Juventus no Estadual

A diretoria e os torcedores do Juventus viveram uma verdadeira gangorra de sentimentos em um ano.

Em agosto de 2019, o clube de Jaraguá do Sul sequer tinha vaga na elite do futebol catarinense, mas uma desistência do Almirante Barroso fez mudar a trajetória do Tricolor.

Em menos de um ano, o Moleque Travesso deixou de ser um time de Série B, se estruturou, enfrentou uma pandemia e se tornou a grande sensação da primeira divisão do Campeonato Catarinense.

Confira a linha do tempo elaborada pelo Avante! e OCP

Da frustração ao acesso

Tudo começou com um capítulo triste para os juventinos. Após campanha consistente na Série B, o Tricolor que folgava na última rodada, tinha que torcer por um tropeço do Concórdia, que enfrentava o até então líder Almirante Barroso.

A ‘secada’, porém, não funcionou. Com uma goleada por 4 a 1, o Concórdia garantiu sua volta à Série A e derrubou as esperanças do Moleque Travesso. Mas aí veio o mês de setembro, e, com ele, a notícia de que o Barroso desistiria da elite.

Após uma novela que se arrastou por quase um mês, o time de Itajaí oficializou sua saída e a vaga na competição caiu no colo do Juventus, que aceitou o convite no dia 14 de outubro e confirmou seu retorno à Série A após seis anos.

Corrida contra o tempo

Com a vaga confirmada, a diretoria precisou correr contra o tempo para atender todas as exigências da Federação Catarinense para disputa da competição, como troca do gramado e algumas reformas no João Marcatto.

Sem dinheiro em caixa, o clube criou diversas ações junto a torcida, empresários e contou com ajuda de Hudson, investidor que era do Barroso e veio à Jaraguá do Sul para compor a diretoria juventina, além dos próprios dirigentes.

O investimento foi de cerca de R$ 400 mil, quase todo na troca do gramado, que iniciou no dia 26 de outubro foi finalizado em 21 de dezembro.

Foto: Divulgação/Juventus

Novo gestor e montagem do elenco

Buscando profissionalizar todos seus setores administrativos, o Juventus trouxe o ex-goleiro e técnico Renê Marques para assumir a gestão do clube, cargo que exercia no Almirante Barroso.

Em pouco tempo, o dirigente juntamente com o gerente de futebol, Cleber Hernacki, montaram o elenco com uma mescla de jogadores jovens e experientes, sob o comando do já rodado técnico Jorginho.

Foto: Divulgação/Juventus

‘Jogador misterioso’ que não vingou

Após fazer mistério durante todo mês de novembro, o Juventus preparou um grande evento no Jaraguá do Sul Park Shopping para apresentar sua principal contratação para o Estadual.

Com passagens por grandes clubes como São Paulo, Botafogo e Bahia, Régis chegou com status de estrela do time.

O talento com a bola nos pés foi visto em treinos e jogos, mas alguns atos de indisciplina fora de campo, algo recorrente em sua carreira, fez com que o ‘casamento’ entre jogador e clube não dessem certo, e Régis se desligou do Tricolor em março, com apenas três jogos e nenhum gol marcado.

Foto: Lucas Pavin/Avante! Esportes

Preparação e amistosos

Com um grupo na época formado por 27 atletas, o Juventus iniciou os trabalhos de pré-temporada no dia 9 de dezembro.

Além dos treinos físicos e táticos, a equipe de Jorginho realizou dois amistosos durante um mês de meio de pré-temporada.

Os resultados não foram os esperados – derrotas para Marcílio Dias (2×0) e Brusque (3×2) – mas o padrão tático e a filosofia ofensiva do técnico Jorginho deixaram uma boa impressão.

Início arrasador e oscilação na primeira fase

Figueirense, Criciúma e Chapecoense. Para muitos, o ‘novato’ Juventus voltou à Série A do Campeonato Catarinense como um dos candidatos ao rebaixamento pelos árduos compromissos nas primeiras rodadas.

Mas em campo, o time comandado por Jorginho deu amostras que poderia surpreender na competição ao vencer o Tigre e Verdão, e empatar com o Figueira.

Foto: Lucas Pavin/Avante! Esportes

Depois, a equipe jaraguaense manteve boas atuações, mas os resultados não seguiram o mesmo padrão e o Juve acumulou cinco jogos sem vitória, ficando ameaçado pelo rebaixamento.

Classificações e paralisação

Precisando da vitória para chegar ao mata-mata, sem depender de outros resultados, o Tricolor não deu chances para o azar e se garantiu nas quartas de final do Estadual ao vencer o Marcílio Dias por 2 a 0, no dia 15 de março.

De quebra, o clube de Jaraguá do Sul se livrou da luta contra o rebaixamento e ainda assegurou a tão sonhada vaga na Série D do Campeonato Brasileiro de 2021, voltando a uma competição nacional após 25 anos.

Comemoração das classificações após a vitória sobre o Marcílio Dias | Foto: Lucas Pavin/Avante! Esportes

Após a festa completa, o Campeonato Catarinense foi paralisado por conta da pandemia do novo coronavírus e só retornou quase quatro meses depois.

Mudanças na parada

Durante o longo período de paralisação do futebol, os jogadores ficaram longe do João Marcatto por 60 dias, fazendo treinos apenas em casa. Só no dia 21 de maio, o elenco se reapresentou às atividades presenciais, seguindo diversos protocolos de segurança.

No retorno, a equipe perdeu dois jogadores que vinham sendo titulares antes da parada: o goleiro Assis e o atacante Tulio Renan.

Goleiro Assis | Foto: Lucas Pavin/Avante! Esportes

Além deles, a diretoria dispensou outros quatro atletas: o lateral Anderson Pico, o meia Marcos Vinicius, e os atacantes Juliano Levak e Lucas Gadelha.

Para repor uma parte das baixas, o clube contratou o volante Allan Christian, que estava disputando o Campeonato Mineiro pelo Tupynambás, e o atacante Gustavo Poffo, ex-Avaí.

As mudanças também ocorreram na diretoria, com o presidente Cristiano Humenhuk pedindo licença do cargo e o até então vice-presidente e diretor de marketing, Paulo Ricardo Marcelino, assumindo a função até o fim deste ano.

Retorno do Estadual e campanha histórica

A parada do futebol em Santa Catarina chegou ao fim no dia 9 de julho, quando o Juventus recebeu o Figueirense para o jogo de ida das quartas de final e acabou perdendo por 2 a 1.

Com casos confirmados de coronavírus em cinco clubes, a competição foi paralisada novamente, desta vez por quase três semanas, retornando no dia 28 de julho.

Um dia depois, o Moleque Travesso entrou em campo para decidir sua classificação e acabou conquistando de forma épica ao golear o Figueira por 4 a 1, na capital, voltando a uma semifinal de Estadual após 14 anos.

Foto: Cristiano Andujar/Estadão Conteúdo

Em dois jogos muito equilibrados, a eficiência do Brusque na primeira partida acabou fazendo a diferença na semifinal.

Após vencer em Jaraguá do Sul por 3 a 2, a equipe do Vale do Itajaí segurou o empate sem gols, em casa, na noite de quarta-feira (5), e deu fim ao sonho do time jaraguaense em alcançar sua final inédita do Campeonato Catarinense.

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