Jaraguaense ganha bolsa e vai jogar basquete nos Estados Unidos

Com passagens pela seleção brasileira de base, Julia Schmauch tem viagem marcada para dezembro | Foto: Divulgação

Não há como negar. O sonho de todo jovem atleta de basquete é ganhar espaço nos Estados Unidos, o destino ideal para quem busca evoluir na carreira esportiva juntamente à acadêmica. E uma jaraguaense está prestes a realizar esse objetivo.

Formada nas categorias de base do Basquete Jaraguá e com passagem por dois grandes clubes paulistas e pela seleção brasileira de base, Julia Schmauch recebeu bolsa para jogar e estudar por um Junior College da NJCAA (National Junior College Athletic Association).

Essas instituições oferecem o ciclo básico do ensino superior, uma espécie de preparação, com duração de dois anos, para o aluno ir a uma universidade e concluir seus estudos.

Para chegar lá, a ala de 21 anos chamou a atenção dos americanos através de vídeos com melhores momentos de seus jogos.

Após um processo de escolha, onde conversou com muitos técnicos de diferentes níveis, campeonatos e estados, optou por um Junior College, na Flórida.

A equipe escolhida ficou no Top 5 da NJCAA no ano passado e também envia muitas atletas para primeira divisão da NCAA, maior liga universitária dos Estados Unidos.

O time ainda arca com as passagens e oferece todo suporte e estadia para que Julia possa jogar e estudar durante esse período.

“Eu fiquei muito feliz, achava que essa porta já tinha se fechado pra mim por conta da idade. Estou muito animada com essa oportunidade”, destacou.

Mas, a meta de agarrar essa grande chance, ainda traz alguns obstáculos para a jaraguaense.

Por conta da pandemia do novo coronavírus, os estudantes brasileiros estão banidos de entrar nos Estados Unidos, assim como não está acontecendo a emissão de vistos. Com isso, a viagem foi adiada para dezembro, um mês antes do início do campeonato.

Sem time no momento, que reflete na falta de renda, Julia resolveu lançar uma campanha na internet para conseguir o valor necessário para documentação e toda burocracia para entrar no país.

Ela criou uma ‘vaquinha virtual’ (clique aqui), em que pretende arrecadar R$ 5 mil. Cerca de 40% desse valor já foi atingido para atleta não deixar esse sonho escapar.

“Minha vaquinha tem como público alvo os moradores de Jaraguá do Sul, que são pessoas apaixonados por esporte. O basquete me deu inúmeras oportunidades e transformou a minha vida, conto com a ajuda de vocês para que eu possa desfrutar de mais essa chance”, disse.

Trajetória de sucesso no basquete

Descoberta no polo de basquete desenvolvido na escola Anna Towe Nagel, Julia Schmauch jogou até os 14 anos na base de sua cidade natal, onde conquistou inúmeros títulos estaduais, troféus de cestinha e convocações para seleções catarinense e brasileira.

Depois, se mudou para Osasco-SP, onde passou a defender o ADC Bradesco, um dos maiores clubes de basquete feminino no Brasil.

Por lá, se sagrou campeã bicampeã paulista e ganhou o status de melhor atleta do clube por três anos, uma no Sub-17 e duas no Sub-19.

Além disso, voltou a representar a seleção brasileira, conquistando o segundo lugar na Copa América Sub-16, em 2015, quando fizeram história ao vencer os Estados Unidos na semifinal, e participou do Mundial Sub-17, em 2016, na Espanha, onde ficaram em 13° lugar.

Após cinco anos no ADC Bradesco, Julia se transferiu para o Sesi Araraquara-SP no ano passado, para fazer sua estreia na categoria adulta e na LBF (Liga de Basquete Feminino), principal competição do Brasil.

Agora, espera dar o passo mais importante de sua carreira ao embarcar para os Estados Unidos.

“Não é fácil ser atleta no Brasil, e nesse momento, a melhor opção para eu continuar a evoluir como atleta e iniciar uma faculdade é indo para os Estados Unidos”, afirmou.