A corredora de Jaraguá do Sul, Simone Ponte Ferraz é só emoção. Após ficar 10 dias em Saitama, cidade que fica a 70km de Tóquio, a atleta de 31 anos passou a ocupar o alojamento brasileiro da Vila Olímpica na última terça-feira (27).
“A Vila Olímpica é enorme, gigante e tem uma estrutura fantástica. É como se estivesse em outro planeta. É uma organização incrível e não consegui ver tudo ainda. Agora é treinar uma vez por dia, fazer a manutenção e curtir esse clima dos Jogos Olímpicos”, contou.
Pouco depois de chegar ao local, a jaraguaense foi ao estádio Olímpico de Tóquio, onde serão realizadas as provas de atletismo, e não escondeu a emoção, indo às lágrimas ao pisar na pista.
“É uma sensação indescritível, não deu para conter a emoção”, disse.
Por lá, viu de perto e dividiu atividades com ícones do esporte, como a holandesa Sifan Hassan, recordista mundial dos 10.000m rasos.
Além disso, revelou o sonho em conhecer a americana Emma Coburn, uma das favoritas e adversária do 3.000m com obstáculos, e a torcida pelo catarinense Darlan Romani, natural de Concórdia, e um dos candidatos a medalha para o atletismo brasileiro.
“O Darlan começou no atletismo na mesma época que eu e tenho uma admiração enorme por ele. Na última Olímpiada, ele bateu na trave e tenho certeza que nessa vai conquistar medalha”, declarou.
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A prova
As disputas no atletismo iniciam nesta quinta-feira (29), mas Simone entra na competição oficialmente no sábado (31), quando participa da fase de classificação do 3.000m com obstáculos, a partir das 21h40 (horário de Brasília).
Serão 45 atletas divididos em três séries de 15 competidores em cada. Os três melhores colocados de cada série e as donas dos outros seis melhores tempos se classificam, totalizando 15 atletas na final.
“Sei que o nível da prova e as minhas concorrentes são fortíssimas, mas estou aqui para dar o meu melhor e fazer a minha melhor marca pessoal, entrando para a história do Brasil. Se tudo der certo e eu for abençoada com uma final olímpica, ficarei muito feliz, mas já estou muito realizada por participar de uma Olimpíada. Conto com a torcida de todos os jaraguaenses”, destacou.
Simone, que conquistou a classificação olímpica por conta do ranking mundial e é dona da quinta melhor marca da história do país na prova, terá fortes adversárias.
A favorita é Beatrice Chepkoech, do Quênia. Dos 10 melhores tempos históricos do 3.000m com obstáculos, cinco são dela, que foi campeã e recordista mundial em Doha (2019).
Outras quenianas também chegam como grandes candidatas ao pódio: Hyvin Jepkemoi, prata no Rio (2016), campeã mundial em 2015 e melhor tempo de 2020, e Norah Jeruto, campeã africana em 2016.
Além das africanas, a americana Emma Coburn, bronze no Rio (2016) e campeã mundial em 2017, e a alemã Gesa Felicitas Krause, bronze nos mundiais de 2015 e 2019, e bicampeã europeia da prova em 2016 e 2018, ameaçam o favoritismo das quenianas.
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