Após dois anos chegando às fases decisivas do Campeonato Catarinense, o Juventus iniciou a temporada 2022 de forma melancólica ao ser rebaixado para Série B do Estadual.
A quinta queda na história disputando a elite ainda pressiona o clube a buscar o acesso na Série D do Brasileiro para não voltar a ficar sem divisão nacional no ano que vem e com calendário enxuto de apenas um semestre.
Para chegar forte na competição nacional, a diretoria promete fazer uma grande reformulação, começando pela saída de jogadores do atual elenco.
O zagueiro Felipe Gregório e o atacante Jonatas Belusso puxaram a fila antes mesmo de terminar o Estadual. Além deles, o atacante Maikon Leite já foi apresentado no Interporto, de Tocantins.
As negociações com os demais atletas seguem durante a semana e as dispensas, assim como as permanências, devem ser anunciadas nos próximos dias.
“Alguns jogadores tem contrato até o fim do ano, mas vai haver reformulação e vamos procurar melhorar o time para poder entrar bem no Brasileiro”, disse o presidente de futebol, Hudson Moura.
Com relação a reforços, o técnico Alemão que foi mantido no cargo, destacou uma lista com 40 nomes elaborada junto aos dirigentes. A identidade dos jogadores não foi revelada, já que alguns deles ainda estão disputando os campeonatos estaduais pelo Brasil.
Especulações de possíveis vindas como do lateral-direito Alison e do volante Xavier, ambos do Joinville, além do experiente goleiro Zé Carlos, ex-Brusque, circulam pelos lados do João Marcatto.
Porém, as confirmações só devem começar a aparecer a partir da próxima segunda-feira (14), quando o grupo se reapresenta aos treinos, visando a estreia na Série D, marcada para o dia 17 ou 18 de abril, contra o São Luiz (RS), no estádio João Marcatto.
No caminho da SAF
Assim como alguns clubes brasileiros, o Juventus caminha para criação da sua própria Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
“Desde que entrei no futebol catarinense trabalho com clube-empresa e estávamos esperando a sanção que oficializou legalmente a SAF. Então o Juventus vai partir pra isso para não depender somente do apoio do município”, destacou Hudson.
E essa falta de investimento privado foi um dos pontos para a diretoria mudar de estratégia para captação de recursos.
Segundo Hudson, o aporte vindo de empresas não foi o desejado desde que assumiu o Moleque Travesso no fim de 2019. Por conta disso, a SAF virou a solução para alta cúpula tricolor, que agora corre atrás de uma nova parceria.
“Imaginávamos que Jaraguá do Sul daria um apoio melhor diante dos nossos feitos nos últimos dois anos, mas não deu certo. É uma cidade com potencial econômico muito grande, mas infelizmente não aderiu ao nosso trabalho. Então temos que mudar a estratégia e buscar parceiros de fora que enxergam o bom trabalho que fizemos e a estrutura que colocamos no Juventus. A SAF proporciona a legalidade e o interesse maior dos parceiros em aderir ao projeto”, afirmou Hudson.
O que é SAF?
SAF é a Sociedade Anônima do Futebol, criada pela Lei 14.193/2021 e promulgada em 6 de agosto do ano passado. Trata-se da lei que permite os clubes de futebol serem transformados em empresas.
A SAF tem o mesmo conceito do clube-empresa, modelo já existente no Juventus. Ambas têm a ideia de profissionalização do futebol, afastando-se do modelo associativo e se aproximando de um empresarial, com ideias bem claras de governança e de gestão.
A principal diferença entre a SAF e os formatos de clube-empresa já existentes é a tributação. A SAF consiste num modelo empresarial similar às sociedades anônimas, mas voltado para o futebol.
Clubes associações podem, portanto, constituir SAFs, transformando-se em acionistas integrais dessa nova empresa, transferir seus ativos do futebol para empresa e, em seguida, vender ações para terceiros; ou podem se transformar em SAF.
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