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Futebol

Avaliação, planejamento e dívidas: Presidente do Juventus detalha atual momento do clube

Foto: Lucas Pavin/Arquivo Avante! Esportes

Passados pouco mais de um mês da despedida na Série D do Campeonato Brasileiro, o Juventus foca todas as atenções do momento em planejamentos para voltar a sorrir em 2023.

Com o rebaixamento no Estadual e a não classificação ao mata-mata na quarta divisão nacional, o clube teve um 2022 para se esquecer e já trabalha para tentar não repetir os erros no ano que vem.

Em entrevista exclusiva ao Avante! e OCP, o presidente de futebol Hudson Moura abriu o jogo sobre diversos assuntos.

Além de falar das decepções na atual temporada, o mandatário destacou os principais planejamentos do clube, as possíveis parcerias, SAF e revelou a dívida do Moleque Travesso, entre outras questões. Confira os principais pontos da entrevista:

AVALIAÇÃO DO ANO

“Fomos pegos de surpresa no Catarinense. Tivemos baixas no elenco e dificuldade de contratação, mas não esperávamos o rebaixamento até porque os jogadores que estavam aí achamos que iriam corresponder. Foi total fiasco e uma decepção muito grande. A Série D também foi uma decepção enorme. Contratamos bons jogadores e é só ver pelo returno. Se tivéssemos feito o mesmo no turno teríamos classificado com certa folga. Treinador (Alemão) e time não encaixaram e quando acertamos no técnico (William de Mattia) já era um pouco tarde. Mesmo assim, conseguiu mostrar seus valores e torço muito por ele. Não tenho problema com ninguém que passou aqui, mas gostei muito desse menino, que é sério e respeitou as condições do clube. Se ele não estiver empregado, volta a ser nosso treinador no futuro”

ATUAL PLANEJAMENTO

“Estamos nos dedicando ao Sub-17 e Sub-20 para ver o que conseguimos extrair de qualificação para agregar ao profissional. E estamos atrás de recursos para fazer um planejamento diferenciado para o ano que vem. Nos viramos na pandemia quando os clubes de ponta estavam em baixa financeiramente e brigamos por ter recursos próprios. Mesmo assim é muito pouco para as pretensões e o que se espera do Juventus. Então o principal trabalho hoje é buscar parcerias. Estou buscando no entorno de Jaraguá, porque sabemos que a aceitação aqui foi um pouco difícil. Mas isso já é página virada. Com parcerias e mais o que eu consigo colocar como investidor conseguimos ter qualificação”

BUSCA POR PARCERIA

“Um grupo de parceiros da região me procurou. Ficamos tristes pelo não reconhecimento da nossa cidade, mas a região é carente do entretenimento e esse pessoal me procurou para fazer um trabalho forte e agregar ao nosso clube. Seriam patrocínios e busca de apoio no setor público em questões de projetos”

SAF

“Tenho algumas propostas para estudar da SAF, mas não me abrilhantou os olhos porque o Juventus merece mais. Hoje estamos tentando deixar as coisas em dia pra abrir a mente e analisar as parcerias que vamos trazer. Não adianta trazer um parceiro que vai chegar e fazer o que eu não fiz, que é querer ser dono e esquecer a história do clube. Então a SAF é uma coisa que vou analisar com calma e estou me dedicando mais a parceiros reais”

DÍVIDAS

“O Juventus tem problemas antigos. Conseguimos R$ 120 mil da CBF no Rio de Janeiro para Série D e quando cheguei aqui o dinheiro estava bloqueado. Temos uma associação (Amigos do Juventus) que não conseguimos trabalhar para conseguir parte de recurso que temos o direito de buscar. Então estamos preocupados em trabalhar com projetos, voltar a movimentar o estádio e clube com eventos para deixar as contas em dia. No geral, a dívida trabalhista é de R$ 1,5 milhão, a tributária eu resolvi, tive a surpresa do muro do João Marcatto que também é um valor exuberante e um outro terreno nosso foi arrematado em um leilão. Corremos o risco de perder parte do estádio e estamos nos defendendo. Querem que a gente compre, mas o Juventus não tem condição de comprar nada hoje. É uma questão que eu desconhecia e me preocupa muito. O clube tinha uma dívida total de R$ 5 milhões, mas como resolvi a questão tributária com parcelamento que estamos cumprindo, caiu para cerca de R$ 3 milhões”

FINANÇAS DE 2022

“Nosso primeiro objetivo é encerrar o ano de 2022. Quando termina o campeonato você tem rescisões e temos o planejamento de quitar tudo até novembro.

RELAÇÃO COM A TORCIDA

“O torcedor é apaixonado. Quem gosta do Juventus reconheceu o trabalho dos últimos anos e sabe da dificuldade que é fazer o Juventus. Os problemas que tivemos com torcida é questão de gente que não é juventino, que não acompanha o trabalho e não procura entender a dificuldade de fazer futebol. Mesmo ganhando, continuavam criticando, então você sabe que não é o torcedor de verdade. Eu concordo com quem esperava mais em 2022, nós também esperávamos. Mas trabalhamos sério e tentamos fazer o melhor dentro das nossas possibilidades. O Juventus é da torcida, de Jaraguá do Sul e região. Não tenho nenhum problema com ela, mas ficamos chateados porque sempre trabalhamos sério. A minoria teve muita força em cima de quem é torcedor do Juventus de verdade. As criticas podem ser feitas, mas nunca desrespeitar os profissionais que estão aqui”

PARCERIA MANTIDA

“Quando você está chateado, magoado, se doa ao máximo e vê pessoas denegrindo sua imagem, mexer com seu trabalho, sua família com inverdades, fica preocupado. Mas com a cabeça fria, tenho muito dinheiro investido aqui e tenho respostas a dar por representar um grupo. Para sair do Juventus preciso vender o que tenho aqui, que são mais de R$ 10 milhões investidos. O Juventus me deve muito dinheiro fora esses valores. É uma questão que está adormecida, mas o máximo que pode acontecer é eu trazer uma parceria que seja benéfica ao Juventus. Hoje sou morador da cidade e nunca me desrespeitaram do portão pra fora pela minha conduta. Me afastar é difícil, porque vivo do futebol. Tenho muitos negócios que se prendem ao Juventus e o meu dinheiro é limpo. Se você der as costas no primeiro desafio negativo, então não é o profissional que se esperava. Não vou dar as costas agora”

PROJEÇÃO PARA 2023

“Temos que assimilar tudo que aconteceu, replanejar e fazer diferente no próximo ano. Com esse tempo que teremos vamos conseguir executar o planejamento. Estamos há dois anos e meio com uma competição atrás da outra, muita coisa em cima e pouco recurso. Não queremos entrar na Série B só pra classificar para Série A, mas também buscar o título. É uma forma de dar a volta por cima”

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