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Olímpicos

Com sonho olímpico, jaraguaense de 11 anos concilia rotina no surfe e skate

Foto: Arquivo pessoal

Com o sucesso nas estreias do skate e do surfe nas Olimpíadas de Tóquio, muitos jovens passaram a desenvolver suas habilidades nas modalidades, consideradas primas que até se assemelham em algumas manobras. E ambas já fazem parte da rotina de uma jovem jaraguaense, que vem se destacando e carrega sonhos ambiciosos no mar e na pista.

Ana Clara Cardoso de Aguiar, de apenas 11 anos, teve o primeiro contato com as ondas ainda muito nova, mais precisamente em 2015, quando avistou surfistas no mar de Balneário Camboriú e foi enfática: “Quero surfar em pé”, disse ao pai Alecksandro.

Ao ver o brilho nos olhos da filha, ele a matriculou em aulas e a adaptação foi rápida apesar da pouca idade. Logo ficou em pé na prancha, mostrou talento com apenas 4 anos e despertou uma sensação de que aquilo não seria somente um hobby.

E não foi mesmo. Depois de quatro anos entre idas à cidade litorânea para prática do surfe em finais de semana e férias de verão, a família decidiu se mudar para Balneário Camboriú em 2020 para investir na carreira da menina, que já vinha recebendo muitos elogios de professores. “Os técnicos viram nela uma postura, agilidade no drop e uma evolução muito rápida”, lembra Alecksandro.

Foto: Arquivo pessoal

De lá pra cá, Aninha, como também é conhecida, passou a ter uma vida de atleta profissional. No contraturno escolar, conta com uma equipe multidisciplinar para seu desenvolvimento, que vai desde a preparação física envolvendo treinamento funcional, pilates, natação e ioga, até sessões semanais com psicóloga e nutricionista.

Durante um período, ainda utilizou o skate park para auxiliar no condicionamento físico e para repetir os movimentos que iria fazer na água. Porém, mal sabia que o esporte de rodinhas também deixaria de ser uma brincadeira.

Junto com a família, Ana Aguiar decidiu se arriscar na modalidade no ano passado, complementando sua programação intensa de atividades, que chega a ser de quase 20 horas semanais.

Foto: Arquivo pessoal

“Está na mente dela querer isso. Ela sabe que tem que abrir mão de muitas coisas, porque aguentar essa rotina é complicado. Mas ela ama os esportes e quer viver deles”, disse o pai.

A entrada nas competições

Toda preparação tanto dentro como fora do mar ou da pista foi elaborado para a jaraguaense não queimar etapas e principalmente para não haver precipitação quanto sua participação em campeonatos.

Foram dois anos focados exclusivamente na evolução técnica e mental, até que em 2022, ela entrou de vez no mundo competitivo. E por mais que o projeto envolto a atleta seja hoje dedicado principalmente ao seu desenvolvimento, os resultados apareceram naturalmente.

Em 13 competições, subiu ao pódio em 10. No Surfe, foi terceira colocada geral no Catarinense e campeã no Surfuturo Mormaii. Já no Skate, ficou na terceira posição do Estadual e sexta no Brasileiro, ambas na categoria Park, e foi campeã no Street dos Jogos Escolares de BC.

Foto: Arquivo pessoal

Além disso, terminou em primeiro lugar em todas as etapas que disputou do Sulamericano de Surfskate, que é um skate que permite fazer movimentos muito parecidos com os do surfe, proporcionando sensações semelhantes.

Para sequência da temporada 2023, tem o objetivo de se colocar no Top 3 do Surf Talentos Oceano, válido pelo Catarinense, que vai iniciar nos dias 15 e 16 de abril, e brigar pelo título do Circuito Catarinense de Skate Park, ainda sem previsão de datas.

Sonho olímpico

As metas do momento são dentro de Santa Catarina, mas o projeto de Ana Aguiar e sua equipe vão muito além do cenário estadual.

Com a referência de Sky Brown, medalhista de bronze no skate park em Tóquio 2020 e que vem se preparando para participar também do surfe nos Jogos de Paris 2024, a jaraguaense sonha em trilhar o mesmo caminho olímpico.

“Meu maior sonho é chegar nas Olimpíadas, no Campeonato Mundial e ser reconhecida no mundo inteiro”, afirmou Aninha.

“A Ana ganhou confiança nas competições e viu que trabalhando da forma certa isto é possível, não só no surfe mas também no skate park. Ela entrou nessa vida sem referências e foi a primeira surfista da família. O skate surgiu muito depois e mais para uma ocupação do tempo. Este sonho de ser atleta olímpica nessas duas modalidades é o combustível que ela tem para seguir buscando a evolução e chegar na elite mundial”, completou o pai Alecksandro.

Redes sociais e apoiadores

Se não bastasse a rotina de gente grande, a surfista/skatista ainda caminha para ser um fenômeno nas redes sociais. Ela tem mais de 24 mil seguidores só no Instagram, onde compartilha seu dia a dia de treinos, com a pureza, alegria e descontração da jovem, que vai completar 12 anos em abril.

“A Ana gosta disso de se apresentar, tem uma facilidade pra se comunicar e isso é muito bacana por ser autêntica e feliz”, enalteceu Alecksandro.

Ana e o pai Alecksandro | Foto: Arquivo pessoal

Esse também é um meio usado para a jaraguaense promover seus patrocinadores e apoiadores: Live!, Proma, London, Instituto IPPO, Lelo Skateboards, Studio FunSurf, Physione, Ashvatta, Angela Carbone e Marco Surfboards.

“Esses nossos apoiadores se preocupam muito com a questão do trabalho infantil. Acompanham o desempenho escolar dela e ficam contentes pela nossa forma de condução do trabalho, que é buscando a evolução sem pressão pelos resultados”, destacou o pai.

O projeto de 2023 já está pronto e a equipe de Ana Aguiar já vem prospectando novos patrocinadores para os diversos compromissos da temporada. Os detalhes das cotas de patrocínio podem ser solicitados pelo telefone (47) 98441-6354 ou pelo email [email protected].

Foto: Arquivo pessoal

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