
O Juventus pode sofrer uma mudança significativa em sua parte administrativa nos próximos meses. Além da eleição institucional que se avizinha, há a possibilidade da saída do presidente de futebol e principal investidor do clube, Hudson Moura.
A informação foi revelada pelo próprio dirigente. Em entrevista exclusiva ao Avante! e OCP, Hudson destacou que a parceria entre sua empresa e o Moleque Travesso, iniciada em 2020, corre o risco de chegar ao fim.
“Ainda não defini meu futuro, mas já adianto que se não tiver um reforço em termo de parceria fica mais complicado. Meu investimento tem procedência, foram mais de R$ 12 milhões, então não sou nenhum maluco e não rasgo dinheiro pra virar as costas para isso, mas também não vou perder minha saúde financeira e física por causa do Juventus e qualquer atividade. Por isso, preciso de um período sabático pra analisar. Não falo hoje que vou sair, mas também não dou certeza que ficarei”, disse.
O mandatário também falou da frustração na Série B, a necessidade de reestruturação e profissionalização do clube, retorno da base em parceria com a Secel e muito mais. Confira a entrevista completa:
– Que sentimento fica após a eliminação precoce no Estadual?
“Foi frustrante. Tínhamos a menor folha do campeonato, mas mostramos que temos competência. Conseguimos manter um padrão de jogo com a garotada depois da chegada do Silvio (técnico) e chegamos nas quartas de final inteiros pra competir. Não tivemos condições de reforçar o time e não por falta de tentativa. Buscamos duas peças, mas não conseguimos pela falta de sequência de calendário. Jogamos com a molecada e o Inter tinha um monte de jogador rodado, que fez a diferença”
– A falta de recurso foi o que mais prejudicou o clube?
“O meu pensamento relacionado ao Juventus já está decidido há algum tempo. Esse ano tem eleição e o clube precisa de uma reestruturação pra poder trazer novos parceiros. Eu sozinho não dou conta, porque o futebol é caro. Meu dinheiro tem procedência e como qualquer empresário tenho momentos difíceis. O Juventus não é meu único investimento e nos quatro anos que estou aqui não consegui ter retorno e nem expectativa disso por mais que plantamos alguns frutos pelo mercado da bola. O Juventus está de portas abertas pra quem quiser apoiar o projeto. Tem que virar a página de condenar o clube por erros de pessoas que passaram por aqui no passado. É questão de ajuste e reestruturação”
– A sua parceria com o Juventus corre risco de terminar?
“Ainda não defini meu futuro, mas já adianto que se não tiver um reforço em termo de parceria fica mais complicado. Meu investimento tem procedência, foram mais de R$ 12 milhões, então não sou nenhum maluco e não rasgo dinheiro pra virar as costas para isso, mas também não vou perder minha saúde financeira e física por causa do Juventus e qualquer atividade. Por isso, preciso de um período sabático pra analisar. Não falo hoje que vou sair, mas também não dou certeza que ficarei”, disse.
– Como fica a questão dos investimentos caso você opte pela saída?
“Não parei pra avaliar. Obviamente existe um contrato e questões legais, não é simplesmente eu sair e alguém entrar no meu lugar. Existem situações e valores a serem discutidos que preciso ponderar pra tomar uma decisão. Não sou um cara que guarda mágoa e jamais vim aqui pra ser um empecilho no caminho do Juventus, mas fiz grandes investimentos financeiros e dediquei muito da minha vida profissional”
– Que detalhe você pode dar do contrato entre empresa e clube?
“O contrato é vigente sob segredo de confiabilidade, então por causa de multa não posso estar explanando o contrato, a não ser em caso de uma ação, que espero que nunca aconteça. Mas é um contrato de mão dupla, que ninguém fez para tirar vantagem. Nunca descumpri o que fiz aqui, mas entendo também que muita coisa do clube não foi cumprida porque não puderam. Só que estamos falando de negócio e é nítido que nosso relacionamento não é dos melhores, mas é suportável”
– Já teve alguma negociação com possíveis interessados em gerir o clube?
“Não. Esse ano cheguei a ser procurado por pessoas que se interessaram em saber um pouco mais aprofundado de como é tocar o futebol profissional. Eu levo o nome do Juventus pra vários lugares e tenho muita semente plantada pra tentar trazer parceiros. A minha vontade é que aconteça, mas o principal é que tenha uma reformulação. O Juventus tem que ser administrado por profissionais. Não estou falando que não seja, mas o Juventus merece estar brigando por grandes coisas e precisamos ter um staff mais profissional”
– O clube fecha a temporada com algum atraso perante ao elenco?
“Esse ano foi o que eu tive mais tranquilidade pra trabalhar, por incrível que pareça com o menor investimento. Honramos nossos compromissos com atletas e comissão técnica”
– Como tem sido as movimentações nesse ano de eleição do clube?
“Se estão mexendo alguma coisa estão fazendo muito por baixo dos panos e não tenho percebido, o que até me preocupa. Se eu desistir da parceria e base tenho pra isso, não vou querer que o Juventus seja um elefante branco dentro da cidade e morra. Independente da parceria ou não, o clube precisa ter pessoas para reerguer isso aqui”
– Qual a programação agora que o futebol profissional só volta no segundo semestre de 2024?
“Provamos que o Juventus precisa de uma reformulação e já fiquei feliz que despertou interesse de pessoas que podem nos ajudar. Estamos finalizando uma parceria com a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer para jogar a base. Então não vai ficar vazio e vamos disputar uma competição oficial que termina até fim do ano. Espero que essa parceria seja duradoura, que a gente possa abrir as portas do clube para agregar os projetos e reverter em benefício a comunidade. Meu interesse principal no Juventus é formar atletas com caráter, que colaborem com a comunidade, e temos espaço para isso.
