Foram 11 meses, nove lutas e uma experiência enriquecedora na bagagem. Referência no muay thai brasileiro, Tiago Eduardo Baader embarcou para Tailândia em agosto do ano passado carregando muitos sonhos e hoje está de volta a Jaraguá do Sul com o nome conhecido no grande berço da arte marcial.
O lutador de 35 anos chegou ao país asiático para ficar apenas três meses num primeiro momento. No entanto, se adaptou ao choque cultural, a rotina intensa e voltada integralmente ao esporte, conquistando seu espaço entre tantos profissionais que buscam um caminho de sucesso em terras tailandesas.
Por lá, venceu seis lutas, sendo uma delas muito marcante e com direito a nocaute no Rajadamnern Stadium, o primeiro e maior estádio de Muay Thai do mundo, e trouxe aprendizados fundamentais para o futuro.
“Fiquei satisfeito sim, fiz boas lutas e fiquei conhecido no país. Tecnicamente vejo que estou com um tempo de luta muito melhor. O tailandês é muito inteligente lutando, aqui no Brasil os atletas usam mais a força para vencer, lá se usa mais a inteligência e a técnica. Aliar isso com a nossa força pode nos trazer muitos resultados positivos”, destacou o atleta que tem um cartel com 63 vitórias em 74 lutas.
Foto: Arquivo pessoal
A decisão de voltar ao Brasil não foi fácil. Mas com o visto de turista prestes a vencer e tendo que adquirir um visto de estudante com alto valor para ficar mais tempo, Baader resolveu retornar ao país de origem para seguir sua caminhada na modalidade.
Além disso, a saudade da família e a sequência do trabalho com a Jaraguá Thai Boxing, academia na qual é proprietário, foram outros fatores que pesaram na decisão.
Daqui para frente, os planos já estão traçados. Fortalecer sua equipe e continuar escrevendo seu nome no Brasil são alguns deles, assim como voltar para Tailândia para encerrar de forma brilhante sua jornada iniciada no ano passado.
“No curto prazo quero capitalizar e fortalecer minha equipe para depois continuar meu legado aqui no Brasil como lutador, mas também como um grande treinador formador de ótimos atletas. A longo prazo pretendo voltar para Tailândia e continuar o que comecei, e quando voltar levar alguns de meus atletas junto comigo”, destacou o jaraguaense, que ainda deixou alguns conselhos para quem tem o mesmo sonho no muay thai.
“Poderia dizer que sempre tudo será difícil, muito difícil, ninguém te dá valor e a maioria das pessoas ainda te critica pela sua escolha de vida. Mas se for fazer isso, não dê bola para o que os outros pensam, faça o seu quieto e de cabeça erguida sempre. Acredite no processo, nunca vai ser fácil, a vida é dura com todos nós, mas não é por isso que temos que ser moles. Encare tudo sempre com muita fé em Deus, humildade e vontade de trabalhar que um dia você consegue o que você quer”, finalizou.
