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Futebol: Feminino passa por um momento instável na região

Outrora campeão catarinense, o futebol feminino de Jaraguá do Sul passa por um momento de instabilidade. No ano passado, pela primeira vez na história, o Olympya ficou fora de uma edição do Campeonato Catarinense, num reflexo da falta de interesse de patrocinadores e até mesmo das atletas pelo futebol de campo. “Falta motivação. O Olympya foi desativado momentaneamente e as demais equipes preferem praticar o futsal”, lamentou Rogerio Tomazelli, presidente da Liga Jaraguaense de Futebol (LJaF).

E ele tem razão em seu lamento. Na última terça-feira (24), realizou uma reunião com as equipes interessadas em disputar a segunda edição do campeonato da entidade, mas conseguiu reunir apenas dois interessados. “Desde 2007 o Campeonato Feminino não é realizado, mas não vou desistir. Em breve devo convocar uma nova reunião com os clubes”, informou.

Uma luz neste sentido está surgindo em Schroeder. O Esporte Clube Tupy está obtendo sucesso na iniciativa de montar uma equipe feminina de campo. Hoje são 26 meninas de toda a região que treinam no clube, sempre nas tardes de sábado. Ao lado do Estrada Nova, os schroedenses foram os únicos a comparecer na reunião da Liga.

Na visão de Valdir Rabuske, presidente do Tupy, existem meninas querendo jogar futebol e os clubes precisam enxergar isso.“Temos que valorizar e fazer com que a comunidade se torne mais participativa nos clubes. O Tupy, por exemplo, começou abrindo o espaço para uma brincadeira de futebol suíço com as mulheres. Daí viu-se a necessidade e a procura da mulher por um espaço no futebol”, informou. “Temos que valorizar a comunidade, as mulheres. Oferecer espaço para todos. E o futebol foi a melhor forma que encontramos para concretizar isso”, acrescentou Rabuske.

“O custo para se manter uma equipe de campo é muito alto”, contrapôs Darlan Bento, da Ponte Preta. “Outra questão importante é a demanda de meninas. Elas não querem obrigações, apenas jogar futebol. Até tentei convencer nosso grupo a entrar no campeonato da Liga, mas elas não querem”, acrescentou o dirigente, que há oito anos auxilia na manutenção da equipe, onde sua esposa é uma das atletas. “Só temos um time durante todo esse tempo por causa da amizade delas, que trabalham juntas em sua maioria”, disse. “Sempre cobrei para ser algo mais sério, mas só ano passado consegui convencer o grupo. Tanto que ficamos entre os melhores do Peladão”, lembrou.

Em contrapartida à falta de interesse no campo e em encontro à fala de Bento, vem crescendo a quantidade de competições de futsal, society e areia para este público. Prova disso é a criação de um aberto de futsal exclusivo para as mulheres em Jaraguá do Sul. “Queríamos proporcionar às meninas uma competição só delas, no primeiro semestre, para ocorrer de forma simultânea ao Campeonato Varzeano. Então veio a ideia do campeonato de futsal que, por ser aberto, deve atrair equipes de toda a região”, adiantou Marquinhos Ranucci, coordenador de eventos da FME, comprovando que a tendência para os próximos anos deve ser mesmo as competições que envolvam menos atletas.

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