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Futsal: Ala Oitomeia se posiciona sobre a crise no futsal brasileiro

© Henrique Porto (Agência Avante!)

© Henrique Porto (Agência Avante!)

O futsal brasileiro passa por um momento de instabilidade. Enquanto a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) acumula uma dívida na casa dos R$ 6 milhões, encara problemas na renovação e obtenção de patrocínios, além de anunciar que não tem verbas para bancar a ida da Seleção Brasileira ao Campeonato Sul-americano, os atletas protestam e pedem uma mudança na gestão da entidade.

A expectativa era que essa mudança ocorresse já na eleição realizada na última semana. Porém, a vitória de Marcos Madeira piorou ainda mais a situação e a relação entre as partes. Assim, um dos caminhos encontrados para a representação nacional disputar o campeonato seria passar a gestão dela para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), algo previsto no estatuto da entidade que hoje gerencia o selecionado de Beach Soccer, além do futebol tradicional.

Apesar da batalha se travar em um ‘front’ longe de Jaraguá do Sul, por aqui os reflexos também são sentidos e o ala Oitomeia, conhecido por sua irreverência dentro das quadras, procurou a nossa redação para expor o seu ponto de vista sobre a crise vivida pelo esporte da bola pesada. “Eu vejo este momento com bastante expectativa, uma expectativa boa. Essa manifestação é válida e até demorou muito para acontecer. Mas nunca é tarde”, adiantou o atleta.

Segundo Oitomeia, é preciso pensar o futuro da modalidade e não ficar discutindo o que ocorreu em sua passado. “Muita coisa de errado aconteceu, mas para trás. Precisamos tirar as lições e nos unir, clubes e atletas, para que a situação melhore, em benefício do futsal. Entra muito dinheiro na CBFS e essa grana a gente não vê em beneficio das Federações e dos clubes”, relatou.

O ala do Jaraguá Futsal também acha válida a ‘ameaça’ dos atletas em não defender mais a Seleção Brasileira, enquanto a situação não se resolva. “O barulho está sendo muito maior do que o do ano passado. Não sei porque parou o movimento, porque os atletas voltaram à Seleção após alegarem que não voltariam mais, pois a transparência tem que haver dos dois lados”, ponderou. “Mas são atletas que estão em evidência e isso dá uma atenção maior ao problema, pois se não há uma manifestação mais efetiva, mais dura, você não é ouvido”, afirmou.

O ala também acredita que, pelo fato da ‘briga’ ter tomado contornos pessoais entre Falcão e Madeira, perdeu-se um pouco do foco sobre o real objetivo da luta dos atletas. “A mudança é pelo futsal. A ‘briga’ que nós entramos é por uma gestão melhor”, lembrou. “Queremos também o fortalecimento da Liga Nacional de Futsal. Que a gente possa ter um campeonato forte, com as equipes pagando os atletas em dia, que a Liga consiga ajudar os clubes em suas despesas”, analisou.

“Mas não é só isso. Existem equipes que não disputam a competição e que precisam de calendário. Então, temos que ter a preocupação com todos. Se a reivindicação é por uma melhora no futsal, precisamos pensar em todos, o ‘bonde inteiro’”, acrescentou.

“Eu tenho o sonho que a CBF volte a assumir o futsal. Mas se isso não acontecer, que entrem pessoas na CBFS que, de agora em diante, sejam transparentes, verdadeiros e corretos. Pessoas de caráter, que façam o futsal andar para a frente”, reivindicou o atleta.

“Quem gosta de futsal precisa estar a par da situação, buscar informações sobre tudo o que aconteceu. Ouvir todos os lados, em prol do esporte. Não é uma briga pessoal, é pela modalidade, pela transparência. Sabemos que nosso país é corrupto e algo parecido já aconteceu no vôlei e no basquete. Por isso é preciso uma mudança, uma reciclagem”, conclui Oitomeia, conhecido por sua irreverência dentro da quadra, mas que mostrou-se extremamente politizado fora dela.

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