Connect with us

Poliesportivos

Poliesportivo: Profissionais da região participam das Olímpiadas do Rio de Janeiro

O futebol feminino e masculino deu o pontapé inicial entre a quarta e quinta-feira, mas é a partir desta sexta-feira (5) que o mundo estará completamente voltado para o Brasil. Às 20 horas será realizada a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no emblemático estádio do Maracanã. Um evento que irá durar cerca de 3h45 para um público estimado de três bilhões de espectadores espalhados pelo planeta.

O espetáculo irá apresentar um resumo da história do país, desde a chegada dos colonizadores portugueses à urbanização das grandes cidades, encerrando com um grande desfile de Carnaval protagonizado por 600 representantes de 13 escolas de samba. Mesmo com o orçamento reduzido em relação aos Jogos de Londres, em 2012, o Comitê Organizador quer fazer bonito ao apresentar as principais características do Brasil, já que esta será a primeira edição dos jogos em uma cidade de América do Sul.

Ao todo, a Olímpiada Rio 2016 contará com 42 modalidades em disputa, incluindo duas novidades: o golfe, que volta a ser disputado depois de 112 anos, e o rúgbi, que não estava nos jogos desde 1924. São 306 provas diferentes, sendo 136 modalidades femininas e 161 masculinas, além de outras nove disputadas de forma mista. São cerca de 10.900 atletas, oriundos de 204 países em busca de medalhas até o dia final de competição, marcado para 21 de agosto.

Entre eles, quatro personalidades da região terão a honra de participar do maior evento poliesportivo mundial. O técnico do basquete feminino jaraguaense Julio César Patricio será auxiliar de Antonio Carlos Barbosa na seleção brasileira. O município também será representada pelo treinador do vôlei de praia Cezar Augusto Carneiro Oliveira, o Cezão, que irá trabalhar como assistente de serviços aos atletas.

No suporte dos atletas paraolímpicos estará a psicóloga e Talita Hermann, que atua com a seleção de bocha que entra em clima de competição a partir do dia 7 de setembro. Já a guaramirense Djeniffer Vasques, idealizadora do projeto Hóquei e Cidadania e ex-atleta da seleção brasileira, foi confirmada na National Team Organization, ou seja, oficial técnica da competição.

talita hermann bocha paralimpica

Autorregulação da ansiedade, tolerância à pressão e disciplina. Esses são alguns dos aspectos que a psicóloga esportiva Talita Barbi Hermann, 29 anos, vem desenvolvendo com os paratletas da seleção brasileira de bocha para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. Natural de Jaraguá do Sul, Talita é a psicóloga oficial da seleção e esta é a primeira vez que participa de uma paralimpíada.
“Eu trabalho com a seleção brasileira de bocha desde 2014, e também presto consultoria para a equipe de esgrima em cadeiras de roda, mas meu trabalho mesmo é com a seleção de bocha. A gente viaja pra campeonatos, dentro e fora do Brasil, sempre desenvolvendo esse trabalho com os paratletas”, conta Talita.

A modalidade de bocha adaptada é voltada a pessoas de qualquer gênero, que apresentam grau severo de comprometimento motor, porém, o cognitivo não chega a ser prejudicado, explica a psicóloga. “Trabalhamos a concentração, estabelecimento de metas que exige disciplina, mas o principal é buscar a autorregulaçao, para que o atleta tenha percepção de si mesmo e consiga, por exemplo, sentir se está muito nervoso e então controlar a ansiedade”, explica.

Para as paralímpiadas, o trabalho começou em janeiro deste ano, com dez dias de treinamento por mês. A partir do dia 20 de agosto, a seleção entra em concentração para as paralimpíadas durante 15 dias, até o dia 7 de setembro quando os jogos começam. Por estarem competindo no Brasil, Talita conta que também vem trabalhando com os paratletas aspectos como tolerância a pressão, a erros e frustração. “Mas ao mesmo tempo que gera mais pressão, também é motivacional, eles mesmos dizem que vai ter torcida a favor, e a família vai estar assistindo”, enfatiza.

Julio Cesar Patricio

Primeiro representante de Jaraguá do Sul confirmado nas Olímpiadas, o técnico das categorias de base e adulta do basquete jaraguaense Julio César Patricio será um dos integrantes da comissão técnica da seleção brasileira feminina. Ao lado de Cristiano Cedra, Patrício irá atuar como auxiliar do técnico Antônio Carlos Barbosa. A convocação não chegou a ser uma surpresa, já que desde o ano passado, o treinador vem tendo seu nome frequentemente anunciado nas listas da Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

Radicado no município há pouco mais de 20 anos, o profissional de 42 anos destacou a satisfação e oportunidade em defender o país em uma Olímpiada, sobretudo, jogando em casa. “O sonho de todo mundo que gosta e é apaixonado por esporte culmina com a participação em Jogos Olímpicos. Então a emoção é igual para todos, sendo a primeira vez ou não”, conta.

Para o profissional, a experiência poderá ser levada para casa. “Pensando onde fazemos o nosso trabalho, no caso Jaraguá do Sul, que não é o polo central do basquetebol brasileiro é difícil ter profissionais que consigam chegar nos Jogos. Por isso, a satisfação é imensa e acredito que uma participação amadurece muito a visão e experiência”, disse.

A preparação da equipe iniciou no dia 1 de maio, mês em que a equipe ainda disputou um Sul-Americano, na Venezuela, e sagrou-se campeã. Após uma série de treinos e amistosos, a delegação chegou a Vila Olímpica, no dia 1º de agosto. “A preparação foi ótima. Temos uma equipe madura e experiente, com atletas que já ganharam medalhas em Olímpiada, mesclando com algumas jovens que tem um grande potencial futuro. Então a expectativa é fazer uma ótima competição e buscar uma medalha”, afirmou.

Djeniffer Vasques

A aposentadoria das competições não levou embora o sonho de participar de uma Olimpíada para Djeniffer Vasques. Aos 31 anos, e mesmo sem usar a camisa da seleção brasileira de hóquei desde 2014, a guaramirense vai atuar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, realizando um grande desejo. Porém, não é no campo que a atleta e professora de educação física será vista, mas nos bastidores da competição. Ela ocupa a função de NTO – National Team Organization, ou seja, será oficial técnica.

“Cuidarei da parte de estatísticas, ou seja, tudo o que acontece durante o jogo é anotado diretamente no computador e dali são formadas as estatísticas que alimentam a imprensa e outros segmentos, por exemplo. É basicamente esse serviço”, explica. Entrada na área, cartões, substituições, faltas, tudo passará por Djeniffer.

Para ela, essa é uma grande oportunidade profissional já que terá contato direto com outros atletas e poderá ver a disputa de uma forma diferente. “Meu sonho sempre foi chegar como atleta em uma Olimpíada, mas como me aposentei da seleção e o time feminino ficou de fora, ele (o sonho) foi deixado de lado. Agora, com esse convite, é o meu sonho sendo realizado”, enfatiza.

A atleta integrou a seleção de 2007 a 2014 e, neste tempo, participou de importantes competições como os jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. “Fui convidada não só por meu histórico na modalidade, mas também pelos esforços de estar fazendo com que o hóquei crescesse, evoluísse e ficasse mais conhecido. O maior ganho disso tudo é realmente o crescimento profissional”, afirma.

Djeniffer é idealizadora do projeto Hóquei e Cidadania, realizado em Guaramirim, onde crianças tinham aulas gratuitas da modalidade. A atleta viajou para o Rio de Janeiro na quarta-feira (3), onde passa por um treinamento. Do dia 6 até o dia 20 ela atua nas competições de hóquei.

Cezao Volei de Praia

Com 40 anos de experiência como técnico esportivo, o professor Cezar Augusto Carneiro Oliveira se prepara para, mais uma vez, atuar como o braço direito dos atletas. Voluntário nas Olimpíadas do Rio 2016, Cezão, como é conhecido, vai prestar auxílio às equipes do vôlei de praia, modalidade para o qual dedicou boa parte da carreira.

Aos 59 anos de idade, Cezão está pronto para vivenciar uma rotina digna de atleta. Além das cerca de oito horas diárias de trabalho, o professor enfrentará mais de 1h30 de deslocamento todos os dias, tudo para ajudar a manter o alto nível da competição.

Para isso, Cezão tem se dedicado em cuidar do corpo e da mente. Desde o dia 31 de julho, quando chegou no Rio, ele faz 40 minutos diários de corrida e reserva energias para uma boa dose de abdominais e apoios de braço. Segundo Cezão, aguentar a rotina puxada exige preparo.

“Vou trabalhar diretamente com os atletas, auxiliando em tarefas que envolvem desde o material e a comida até o preparo das quadras. Tudo para garantir o conforto deles”, explica. O primeiro jogo do Vôlei de Areia acontece amanhã (6), e a final está marcada para o dia 18. “No dia seguinte eu volto para Jaraguá para os jogos escolares municipais”, comenta, sem desligar o coração dos atletas que treina por aqui.

A impressão é de que a experiência deixará muitas lembranças. Cezão conta que nos poucos dias em que pode conviver na cidade já conheceu pessoas do mundo inteiro. “Tem voluntários da Rússia, Bolívia, Alemanha, República Tcheca. Todo o mundo conversa, nem que seja por sinais”, brinca. “Essa experiência é a coroação de uma carreira. É uma oportunidade de crescimento técnico, algo que abre sua perspectiva e motiva a sair de qualquer tipo de comodismo”, avalia o treinador, que já garantiu a inscrição como voluntário para as Olimpíadas de 2020.

More in Poliesportivos