© Henrique Porto (Agência Avante!)
O futebol americano da região tem uma dívida eterna com Juliano Millnitz, um ‘defensive tackle’ e ‘defensive end’ que fez história ao representar o Jaraguá Breakers – ainda no tempo onde não se utilizavam equipamentos de proteção – e fundar o Corupá Buffalos.
“Vou me aposentar no fim deste ano. Estou com 37 anos e vou jogar meus últimos campeonatos”, anunciou o camisa 99, atleta de 1,77 metros e 135 quilos. Antes, porém, irá até o fim com o Corupá Buffalos na competição estadual – onde está na semifinal, contra o Joinville Gladiators – e depois se incorpora ao elenco do Timbó Rex, para a disputa do Torneio Touchdown.
“O Buffalos passou e está passando por uma reformulação e a atual diretoria achou por bem não participar de nenhum campeonato nacional no segundo semestre, onde eu assino embaixo, pois entendo que não temos elenco para disputar uma competição em nível nacional”, informou.
Sendo assim, parte do grupo irá reforçar o Jaraguá Breakers no restante do ano, enquanto outra parte ruma para Timbó. “Eu irei para o Timbó Rex, junto com mais alguns jogadores, pelo fato da proposta de lá ter vindo antes”, minimizou Millnitz, evitando qualquer polêmica com o ex-clube, de onde saiu para fundar a ‘Manada’.
E foi jogando em sua cidade natal que o atleta alcançou o ponto máximo de sua carreira, ao conquistar o Campeonato Catarinense de futebol americano no ano de 2012, quando teve a honra de erguer o troféu da competição diante da sua família e de seus amigos, em pleno Seminário Sagrado Coração de Jesus.
“Tive muito orgulho de, sendo filho desta terra, ser fundador e capitão deste time, levantando a taça do Campeonato Catarinense. Corupá merecia ter uma equipe campeã em nível estadual e nós conseguimos”, relembrou com a voz embargada. “Queria ressaltar o agradecimento que eu tenho com toda a população corupaense, que nos apoiou, que sempre veio assistir aos jogos e que viram nós sermos campeões”, acrescentou.
Dentre seus sonhos no esporte da bola oval, apenas um não foi alcançado: a convocação para a Seleção Brasileira. Mas isso não tira o brilho de sua trajetória de liderança nos campos da região, de onde Millnitz só pretende se afastar das batalhas por território, mas continuará ativo nos bastidores, lutando por aquilo que ajudou a construir nesses anos de dedicação à modalidade. “Tenham a certeza de uma coisa: se depender de mim, o Corupá Buffalos jamais vai morrer”, finalizou.
