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Futebol: “Fazia tempo que não me sentia tão feliz”, diz técnico Jorginho sobre início no Juventus

Sem atividades há exatos 20 dias por conta da pandemia do novo coronavírus, jogadores e membros da comissão técnica do Juventus vem encarando uma rotina bem diferente do habitual.

Se antes, havia pouco tempo para ficar em casa, o momento agora é permanecer no conforto do lar, enquanto não sai uma decisão oficial sobre os retornos dos treinos e do Campeonato Catarinense.

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E diante dessa pausa, o técnico Jorginho aproveitou para fazer um balanço geral sobre a temporada, na qual foi peça fundamental para levar o Moleque Travesso às quartas de final do Estadual e Série D do Brasileiro de 2021.

Foto: Lucas Pavin/Avante! Esportes

Em bate-papo promovido pela Unisociesc, uma das patrocinadoras do clube, o treinador afirmou que há muito tempo não estava tão feliz num clube de futebol como no Juventus, que não pretende deixar a cidade tão cedo, ‘Caso Régis’, entre tantos outros assuntos.

Confira os principais assuntos da entrevista com o técnico Jorginho

Avaliação da temporada até a pausa

“Agradecemos o Juventus que foi exemplar e nos deram condições para alcançar os objetivos. Tivemos 40 dias de preparação e um início brilhante de campeonato. Depois, veio cinco jogos que não tivemos êxito, mas jogamos muito bem e a bola não estava entrando pelo cansaço e insegurança dos atletas. Foi um aprendizado e fez com que os jogadores aprendessem a jogar de outra forma, sem dar chances para nenhum erro. Poderíamos ter feito uma campanha melhor do que estávamos fazendo e todos aprenderam com isso”

Satisfeito ou insatisfeito

“Fiquei muito insatisfeito. O planejamento da comissão técnica era de que teríamos de terminar a primeira fase em terceiro, estourando na quarta colocação. Os atletas compraram ideia, foram leais e fieis. Quando sentiram esse gostinho de jogar bem, tiveram um sobressalto, pois são jogadores acostumados a sofrer. Isso os transfigurou e nos prejudicou. Por isso, não fiquei satisfeito. Mas eles podem ir longe. Se lutarem e se dedicarem, não há objetivo impossível. Serviu de aprendizado, calejamento. Mostramos uma forma diferente que eles teriam de jogar. Eles tiveram esses errinhos, mas fizemos bons jogos”

Contrato com o clube

“Meu contrato não tem data para término. Conversei com o Renê (Marques, gestor de futebol) e não estabelecemos um prazo. É um projeto até 2024 e pode se dar continuidade ou não. Vai depender do que eu quero e do que o clube quer. De repente, pode aparecer um (Jorge) Jesus aqui (risos). Mas estou feliz aqui e fazia tempo que não me sentia tão feliz com as pessoas que estão no comando de um clube de futebol”

Contrato dos atletas

“Ainda não conversei com o Renê e com o Cleber (Hernacki, diretor de futebol), mas acredito que vá se estender o contrato dos atletas, e a renumeração não sei como será feito. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e Federação Catarinense terão que ajudar os clubes. Isso vai ser um pano pra manga. Espero que o atleta não sofra mais do que já sofre”

Diferença entre São Paulo e Santa Catarina

“A diferença é grande. Não só de jogo tecnicamente, mas a logística. Para Chapecó, por exemplo, foram 10 horas dentro do ônibus. Em São Paulo não existe mais isso. Os Estaduais também não dão para comparar. Santa Catarina pode crescer, mesmo não sendo um campeonato fácil de jogar, mas acho que todos poderiam se unir e fazer um campeonato mais forte”

Semelhança entre a ‘Barcelusa’ de 2011 e Juve de 2020

“Procuro trabalhar sempre da mesma forma. Futebol tem que ter algumas colunas de sustentações. Uma é jogar para frente sempre e outra se impor. Quem não se impõe no seu trabalho não consegue êxito. Isso tem que ser primordial. E tem que trabalhar muito e ter conhecimento. Essa forma de jogar é a mesma da Portuguesa há muito tempo…A diferença é que aquela Portuguesa fazíamos muitos gols. As chances que criamos no Juventus, guardávamos 70% com a Portuguesa. Estou sentindo dificuldade nisso. Nossos atletas pelo fator de terem trabalhado pouca finalização na carreira, hoje tem certa dificuldade, porque nunca trabalharam lá atrás. Com o passar dos anos, treinando desse jeito, esses atletas do Juventus vão ter êxito maior. É assim que eu trabalho e só sei trabalhar dessa forma. Para vencer tem que ter coragem”

Saída de Régis

“Como ser-humano, fiquei triste por não ajudar o Regis. Ele não quis se ajudar, ele se entregou e a mãe dele está muito triste. Profissionalmente, não tenho nada a dizer além das faltas aos treinos. Mas a equipe mostrou que tinha condições de suprir a ausência dele e pôde até melhorar a partir disso”

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