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Lutas

Lutas: Taila Santos ganha projeção no cenário nacional do MMA

© Henrique Porto (Agência Avante!)

© Henrique Porto (Agência Avante!)

Vencedor do Oscar de melhor filme em 2005, o longa metragem ‘Menina de Ouro’ conta a história de Maggie Fitzgerald, uma aspirante a lutadora de boxe com o improvável sonho de ganhar o título mundial feminino. No drama de Clint Eastwood, Maggie precisa ‘nocautear’ os mais variados tipos de preconceitos atrás de seu sonho.

A realidade mostrada na tela grande não é muito diferente da vivida pelas mulheres que resolvem fazer da luta a sua profissão. Porém, em alguns casos o mínimo de apoio já faz uma grande diferença. E este é o caso da lutadora Taila ‘Trakinas’ Santos, natural de Jaraguá do Sul, mas que atualmente treina e reside em Balneário Camboriú, na Astra Fight Team.

Filha do também lutador Gilson Caetano, especialista em muay thai e proprietário da academia Show Thai, Taila começou a treinar com 17 anos, por incentivo do próprio pai. “O meu pai é meu tudo. Foi com ele que eu comecei e o meu sonho é o sonho dele. Se realizado, será uma conquista para os dois. A nossa vida é a luta”, reconheceu a atleta.

Se hoje existe preconceito nas lutas entre mulheres, na avaliação de Taila isso deve acabar logo. Para ela, as lutas femininas são mais técnicas e chamam mais a atenção do público. “Ainda tem preconceito, mas a luta feminina está ganhando ‘nome’. As meninas acabam dando show nos eventos, protagonizando lutas bonitas”, afirmou.

De início, Taila treinava só uma vez por semana, em uma turma que tinha somente homens. “Com três meses de treino, meu pai me levou para lutar. Perdi para uma mulher bem mais velha, mas gostei de competir e nunca mais parei”, relembrou. Adepta da trocação de golpes, a atleta que gosta de lutar em pé acabou vendo no MMA um futuro e começou a praticar outros estilos de lutas, como o jiu-jitsu e o boxe.

Porém, para se especializar em cada estilo era preciso competir, além de treinar exaustivamente. Vinha então um novo problema, comum à maioria das modalidades, que é a falta de apoio financeiro. “A gente viajava para as competições, mas não tinha ajuda nenhuma e precisava tirar o dinheiro do bolso. Tinha que se virar para ir se quisesse lutar”, lembra a lutadora, que muitas vezes voltava para casa como campeã. “Tem gente que tem condições de apoiar, mas não ajuda”, lamentou.

Hoje, sua realidade começou a mudar. Taila disputa o Xtreme Fighting Championships (XFC), evento de MMA com transmissão pela Rede TV e que credencia o atleta a sonhar com o UFC, a grande promotora de eventos da modalidade no Mundo. “O início foi muito sofrido, mas aos pouquinhos as coisas estão melhorando. Ainda não temos muita ajuda, mas estou conseguindo ganhar projeção com este evento”, afirmou.

No último fim de semana, em luta televisionada para todo o Brasil, nocauteou a norte-americana Rachael Cummins. Ganhou notoriedade, fato com o qual ainda não está habituada, apesar de sempre ter sonhado com a fama. “A gente sempre sonha. Imaginava um dia aparecer na televisão, fazer uma luta com todo mundo assistindo”, informou. Se vencer as duas próximas lutas, conquista o título do XFC em sua faixa de peso, fato que pode lhe render um convite do UFC.

E Taila não esconde seu sonho de lutar pelo UFC na Arena Jaraguá, em sua cidade, diante de seus amigos e familiares. Também não há motivos para se duvidar que ‘Trakinas’ chegará lá. A garota que anos atrás ganhou este apelido por gostar muito de bolacha recheada, mas que hoje virou sua marca registrada, por ratificar suas traquinagens dentro do octógono.

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