A jornada de Taila Santos pela Professional Fighters League (PFL) começa nesta quinta-feira (5). Em San Antonio, nos Estados Unidos, a jaraguaense estreia na organização, contra a compatriota Ilara Joanne, em combate válido pelo peso-mosca.
As brasileiras se enfrentam card preliminar, previsto para começar às 19h (horário de Brasília), com transmissão do canal Combate.
Com cartel de 19 vitórias e três derrotas no MMA profissional, Taila chega como uma das principais contratações da PFL para a temporada após disputar o cinturão do UFC e ser a única que quase venceu Valentina Shevchenko, campeã dominante dos moscas.
“Eu saí com um gostinho de vitória. Porque eu sei que eu venci aquela luta, mas também merecia uma revanche. Mas eles ficaram enrolando, a Valentina também não aceitava e foram jogando para a frente, daí foi meio complicado, ficou nessa enrolação. Mas eu saí sim com a vitória. Não saí com um gostinho amargo, não”, declarou em entrevista ao canal Combate.
Essa será a primeira apresentação da lutadora de 30 anos desde que foi dispensada do Ultimate, o qual foi uma das revelações do Contender Series Brasil em 2018 e somou quatro triunfos e três reveses em quatro anos.
Já a cearense Ilara soma 11 vitórias e oito derrotas na carreira, e também faz sua estreia na Professional Fighters League após passagem pelo Bellator.
O confronto é válido pelo torneio da organização, que oferece US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) para o vencedor de cada categoria.
A premiação e o calendário mais cheio com pelo menos quatro lutas foram os principais atrativos para Taila escolher a PFL.
“Os eventos anteriores não te dão uma data, uma certeza. Você não tem um cronograma, um calendário, você fica sempre na espera de ser chamado. Acabou uma luta, fica na espera. E (na PFL) é legal esse calendário que eles têm. O atleta já tem as quatro datas no ano. E com certeza, o prêmio, todo atleta quer entrar em um grande evento, quer ser bem remunerado. Então, esse US$ 1 milhão é para mudar de vida. É muito bacana mesmo”, disse.
Formato de disputa
Fundada em 2018, a PFL (Professional Fighters League) vem crescendo anualmente e quer bater de frente com o UFC. Com ex-campeões do UFC e grandes nomes do MMA, a organização tem atrativos pesados para ‘incomodar’ o Ultimate, como o formato de disputa semelhante ao futebol e o valor milionário para os campeões.
Cada atleta disputa dois combates na primeira fase. A vitória vale três pontos, e pontos extras são recebidos caso vença antes da decisão dos juízes (se vencer no primeiro round, leva três pontos; se vencer no segundo, dois; e no terceiro, um).
O cruzamento dos confrontos na primeira fase é feito pela organização e os quatro que somarem mais pontos se classificam para os playoffs.
Na semifinal, o primeiro colocado da fase inicial enfrenta o quarto, enquanto o segundo enfrenta o terceiro. Em caso de lesão ou qualquer impossibilidade de participação, os lutadores que ficaram nas posições seguintes são convocados como substitutos.
Os vencedores das semis se enfrentam na final, no principal show do ano, onde o vencedor fatura o cinturão da categoria e o cobiçado prêmio de US$1 milhão.
Entre as regras, a única diferença para o UFC é que as cotoveladas são ilegais em qualquer fase da luta, seja em pé, no clinche ou no chão. O intuito é evitar cortes mais profundos, que podem causar suspensões médicas mais longas e afastar os lutadores da competição.
Trajetória de Taila no UFC
Taila Santos assinou contrato com o Ultimate em 2018, quando venceu Estefani Almeida no Contender Series. A estreia oficial no maior evento da modalidade no mundo foi no ano seguinte, com uma derrota para a italiana Mara Borella em decisão dividida.
Porém, engatou depois uma sequência de quatro vitórias sobre a inglesa Molly McCann, a canadense Gillian Robertson, a norte-americana Roxanne Modafferi, e a escocesa Joanne Wood entre 2020 e 2021.
A série invicta a credenciou para disputa do cinturão dos moscas com Valentina Shevchenko, em junho de 2022. A jaraguaense deu a luta mais difícil até então à quirguiz e ficou muito perto de conseguir desbancar uma das campeãs mais dominantes do UFC, mas perdeu em decisão dividida, avaliada como injusta para muitos especialistas.
Pela boa performance, Taila pleiteou uma revanche contra Shevchenko. No entanto, não teve seu pedido atendido e só voltou a lutar em agosto passado, somando o segundo revés consecutivo, desta vez para americana Erin Blanchfield por decisão unânime.
